A Caixa Econômica Federal (CEF) registrou lucro líquido contábil de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 15,4% em relação ao mesmo período de 2024, segundo balanço trimestral divulgado nesta quinta-feira (17).
A margem financeira — que mostra o ganho obtido com operações que rendem juros — somou R$ 16,5 bilhões, crescimento de 14% na comparação anual.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), métrica que indica a rentabilidade em relação ao capital investido, ficou em 11,9% no critério recorrente. Pelo critério contábil, alcançou 12,5%. Nos dois casos, houve avanço de 2,6 pontos porcentuais frente ao terceiro trimestre do ano passado.
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O trimestre foi marcado pela expansão do crédito imobiliário, principal linha de atuação da Caixa. Segundo o presidente do banco, Carlos Vieira, a instituição “acelerou” a concessão nesse segmento e mantém confiança na continuidade do ritmo, mesmo em um ambiente de juros elevados, com Selic a 15%.
Vieira afirmou que a demanda se intensificou após o anúncio do retorno do financiamento de até 80% do valor dos imóveis. As simulações diárias no site da Caixa subiram de 280 mil para 360 mil. Ele destacou que o banco libera cerca de R$ 1 bilhão por dia em crédito imobiliário, ritmo que vem sendo mantido.
No trimestre, o saldo da carteira de habitação atingiu R$ 905 bilhões, alta de 11,4% na comparação anual.
Novo modelo de funding pode transformar o setor
Com o novo modelo de funding imobiliário anunciado pelo governo, Vieira projeta o desenvolvimento de um mercado secundário para financiar o setor. Esse tipo de mercado permite que instituições comprem e vendam recebíveis imobiliários, ampliando as fontes de recursos para crédito.
A expectativa do banco é de que o novo regime movimente R$ 1 trilhão em dez anos. Para Vieira, quando os juros atingirem níveis mais baixos, o debate deixará de ser sobre falta de funding e passará a se concentrar no funcionamento do mercado secundário.
Agronegócio enfrenta inadimplência, mas há sinais de estabilização
A carteira de crédito do agronegócio avançou 3,7% no trimestre, somando R$ 61,8 bilhões. Vieira afirmou que a intenção é manter o segmento estabilizado entre R$ 60 bilhões e R$ 65 bilhões, mesmo após a piora na qualidade do crédito.
A inadimplência no agronegócio atingiu 11,2% no terceiro trimestre, patamar de dois dígitos semelhante ao observado no Banco do Brasil. Segundo a vice-presidente de riscos da Caixa, Henriete Sartori Bernabé, a alta ficou concentrada em agosto, com sinais de estabilização em setembro. A executiva disse esperar melhoria em 2026 e recuperação mais forte no quarto trimestre.
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Carteira livre PJ da Caixa tem alta na inadimplência
A inadimplência da carteira livre para pessoa jurídica subiu 4,46 pontos porcentuais em relação ao ano anterior, alcançando 12,22%. Bernabé afirmou que o movimento foi influenciado por mudanças contábeis da Resolução 4.966 do Banco Central.
Ela destacou que a carteira livre PJ é pequena dentro do portfólio total do banco e já apresenta estabilização. Em sua avaliação, o indicador não representa risco relevante no momento.









