O novo Plano de Negócios da Petrobras (PETR3; PETR4), divulgado na noite desta quinta-feira (27), provocou reação imediata no mercado brasileiro. As ações da estatal caem mais de 2% nesta sexta-feira, refletindo preocupações sobre investimentos, geração de caixa e dividendos.
Analistas veem incertezas relevantes no curto prazo, apesar de reconhecerem avanços operacionais no horizonte de cinco anos.
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O impacto nas ações também pressiona o Ibovespa, que tenta se manter no terreno positivo, com avanço de 0,36%, aos 158.934,17 pontos, sustentado principalmente pelos bancos e pela Vale (VALE3), que anunciou dividendos bilionários.
No início da tarde, os papéis ordinários da estatal operava em queda de 2,54%, aos R$ 33,35, enquanto os papéis preferenciais caíam 2,38%, aos R$ 31,63. Próximo da abertura, as ações chegaram a -3%.
Segundo plano de investimentos da gestão de Magda Chambriard na Petrobras
O plano 2026-2030 prevê US$ 109 bilhões em investimentos, queda de 1,8% em relação ao plano anterior. O Capex de 2026 ficará em US$ 19,4 bilhões, praticamente estável frente aos US$ 19,6 bilhões estimados anteriormente.
Este é o segundo plano elaborado sob a gestão de Magda Chambriard. Do total previsto, US$ 78 bilhões serão destinados à área de Exploração e Produção (E&P), enquanto os investimentos em Refino, Transporte e Comercialização permanecem em US$ 20 bilhões.
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A petroleira informou ainda que deve gerar economia operacional média anual de 8,5% entre 2025 e 2030, estimada em US$ 12 bilhões, segundo o documento enviado à CVM.
Petrobras prevê dividendos ordinários; extraordinários, não
A Petrobras projeta pagamento de dividendos ordinários entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões no período. Dividendos extraordinários não foram mencionados, o que já era esperado pelo mercado, que monitora o impacto do ciclo de investimentos mais elevado e do cenário internacional de petróleo.
A companhia estima pico de produção em 3,4 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) entre 2028 e 2029. Também prevê concluir, em 2029, a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III).
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Analistas veem plano mais maduro, mas com riscos
A Genial avalia que o guidance de produção reforça a resiliência operacional da Petrobras, com volumes superiores ao plano anterior. Para a casa, o foco na margem equatorial ajuda a compensar o declínio futuro do pré-sal, mas a estratégia global de investimentos ainda levanta dúvidas.
Para o Citi, o plano veio “próximo do esperado”, mas não suficiente para tornar os dividendos mais atrativos no cenário projetado pelo banco. Já o Itaú BBA afirma que o plano combina fundamentos fortes no longo prazo, porém com margem limitada de manobra no curto.
BTG vê risco maior para o investidor em 2026
O BTG Pactual foi mais crítico. Em relatório divulgado nesta manhã, o banco diz que o plano pode aumentar o ceticismo dos investidores em relação aos papéis da companhia.
O principal ponto é o nível de Capex em 2026, que veio apenas levemente menor do que o anterior — enquanto o mercado esperava uma redução significativa.
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Segundo o banco:
- O pico de investimentos fica para 2027, puxado pelo campo de Búzios, o maior do Brasil;
- Mesmo com preços do petróleo mais baixos e câmbio mais fraco, o plano projeta Brent a US$ 70 e dólar a R$ 5,80;
- Com essas premissas, o petróleo de equilíbrio fica em US$ 59 por barril (ou US$ 63 com câmbio atual).
O BTG aponta que a alavancagem da Petrobras deve aumentar em 2026, ao contrário do que parte do mercado projetava. A geração de caixa deve sustentar dividendos ordinários até 2027, mas isso depende diretamente das premissas de preço do Brent e câmbio.
“Mesmo reconhecendo a qualidade dos investimentos, sobretudo em Búzios, investidores tendem a reagir negativamente ao Capex mais alto em 2026 e ao pico programado para 2027”, conclui o BTG.









