O Brasil pode adicionar até R$ 465 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) e gerar 1,9 milhão de empregos com o avanço da economia de baixo carbono, segundo o estudo “Benefícios da Transição para uma Economia de Baixo Carbono”*, elaborado pelo Itaú Unibanco em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O levantamento destaca que o país reúne condições estruturais relevantes, como 88% da matriz elétrica baseada em fontes renováveis (hidrelétrica, eólica, solar e biomassa) e uma base agroambiental consolidada. O avanço da descarbonização e o aumento da resiliência econômica reforçam o papel do sistema financeiro como catalisador desse processo.
Esses fatores, segundo a FGV, permitem ampliar a independência energética, reduzir riscos climáticos e fortalecer setores como energia, transporte, agropecuária, siderurgia e construção civil.
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Luciana Nicola, Diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú, afirma: “a transição para uma economia de baixo carbono pode transformar desafios ambientais em oportunidades concretas de inovação, crescimento econômico e geração de empregos para o país.”
Ela enfatiza ainda que o sistema financeiro está comprometido em apoiar clientes e parceiros com soluções financeiras inovadoras e consultoria especializada, para que avancem de forma segura e rentável.
“No Itaú, assumimos o compromisso de sermos o banco da transição econômica, ajudando o Brasil a liderar o desenvolvimento de uma economia mais verde, inclusiva e resiliente”, conclui.
Retornos estimados até 2035 com a economia de baixo carbono
A equipe técnica da FGV calcula que a expansão das fontes renováveis pode mobilizar R$ 295 bilhões em investimentos e acrescentar entre R$ 337 bilhões e R$ 465 bilhões ao PIB até 2035.
O estudo estima também a criação de 1,2 milhão a 1,9 milhão de empregos, volume que corresponde a 4% do PIB de um ano e a 4,1% do emprego formal registrado em 2024.
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Além disso, cada R$ 1 aplicado em energia renovável pode gerar até R$ 1,57 em retorno econômico, impulsionado pela geração de postos qualificados e pelo aumento da demanda por fornecedores nacionais.
O estudo indica ainda potenciais de avanço nos setores de energia e agropecuária. Nas fontes renováveis, cada US$ 1 milhão investido pode resultar na criação de até 25 empregos diretos e indiretos, com impacto sobre cadeias produtivas e economias regionais.
No campo, soluções de adaptação tecnológica, como sementes mais resistentes e práticas de agricultura de precisão, podem evitar perdas anuais de até R$ 61 bilhões nas principais culturas agrícolas do país.
Segurança energética e uso do solo
Segundo análise, a economia de baixo carbono pode aumentar a segurança energética, reduzir custos operacionais e ampliar o acesso a capitais sustentáveis.
A transição energética e o uso sustentável do solo também são destacados como vetores complementares do desenvolvimento econômico, com potencial para fortalecer a bioeconomia, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Daniel da Mata, coordenador do estudo e professor da FGV, destaca: “ao reunir dados detalhados, análises empíricas e simulações econômicas, o estudo demonstra que a agenda climática de mitigação e adaptação deve ser encarada como um caminho estratégico para impulsionar a prosperidade do Brasil, gerando benefícios concretos para a sociedade e para o desenvolvimento sustentável do país”.
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Renováveis, ILPF e indústria do cimento mostram ganhos da transição
Dados analisados pela FGV revelam que a expansão de usinas solares e eólicas, especialmente na região Nordeste, é capaz de obter geração de eletricidade limpa a custos competitivos, com redução de despesas operacionais, maior segurança energética e projeção de criar empregos qualificados nas regiões onde os projetos são instalados.
Já no setor agrícola, a adoção de sistemas integrados, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) — que combina cultivos agrícolas, criação de animais e espécies arbóreas em rotação ou consórcio — é vista com potencial de elevar a produtividade, além de contribuir para o sequestro de carbono no solo e na biomassa, diminui emissões e aumentar a resiliência do sistema produtivo.
O estudo também destaca o setor de cimento, que já emprega substitutos ao clínquer para reduzir emissões de CO₂ na produção. A prática valoriza resíduos industriais e diminui custos regulatórios associados ao processo.
*Para mensurar os efeitos da mitigação, a FGV analisou o setor de energia renovável, utilizando dados do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2034 e 2035) e estimativas de investimentos em solar, eólica, biomassa e biocombustíveis.







