A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 recuou de 5% para 4,5%, segundo a pesquisa Firmus do quarto trimestre divulgada pelo Banco Central (BC).
O patamar coincide com o teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2026, a estimativa intermediária caiu de 4,5% para 4,2%. Já a projeção para 2027 permaneceu em 4%.
Apesar da revisão para baixo, a trajetória da inflação projetada permanece acima da indicada pelo Boletim Focus. Na edição mais recente, as medianas apontam IPCA de 4,33% em 2025, 4,06% em 2026 e 3,80% em 2027.
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Há um mês, as projeções eram de 4,45%, 4,18% e 3,80%, respectivamente.
Projeções para o PIB e dólar
A mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 subiu de 2,05% para 2,1%. Para 2026, a estimativa foi revisada para baixo, de 1,9% para 1,8%.
No Focus, as projeções intermediárias indicam crescimento de 2,26% em 2025 e 1,8% em 2026. Um mês antes, estavam em 2,16% e 1,78%.
A pesquisa Firmus também mostrou revisão nas expectativas para o câmbio. A mediana para a cotação do dólar seis meses à frente recuou de R$ 5,6 para R$ 5,5.
Sentimento das empresas segue negativo, mas com melhora
A maioria das empresas não financeiras ouvidas pelo BC (49,2%), avalia que o sentimento em relação à situação econômica atual é negativo. Desse total, 35% classificam o cenário como “discretamente negativo” e 14,2% como “fortemente negativo”.
Apesar disso, houve melhora em relação ao terceiro trimestre. Na pesquisa anterior, 47,8% apontavam sentimento “discretamente negativo” e 15,2%, “fortemente negativo”.
Na comparação entre os levantamentos, a parcela que indicou sentimento “fortemente positivo” permaneceu em 0,4%. Já os que declararam sentimento “discretamente positivo” aumentaram de 15,2% para 22,5%. O percentual de empresas com percepção neutra subiu de 21,4% para 27,9%.
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Segundo o BC, “a percepção sobre a situação econômica atual apresentou melhora em relação às três rodadas anteriores, mas continua em patamar negativo”.
Crédito, custos e reajustes de preços
Para 67,1% dos respondentes do Firmus, a oferta de crédito permaneceu inalterada em relação ao trimestre anterior. Ainda assim, o índice agregado apresentou elevação moderada, refletindo o aumento da proporção de empresas que identificaram melhora nas condições de crédito.
O otimismo quanto ao desempenho relativo do setor de atuação das empresas permaneceu praticamente estável. As expectativas de aumento nos custos de mão de obra também mostraram estabilidade, com o índice agregado em 4,8%.
Já o índice agregado de expectativas para os custos com insumos caiu pelo terceiro trimestre consecutivo, atingindo 4,3%. Em sentido oposto, aumentou para 39,6% a parcela de empresas que planeja reajustes de preços acima da inflação, após três trimestres seguidos de queda.
