O dólar iniciou a última semana de 2025 em forte alta frente ao real, subindo 0,44%, aos R$ 5,56. Ao longo do dia, a moeda norte-americana se aproximou da região dos R$ 5,60, atingindo máxima de R$ 5,5858.
Em um cenário de baixa liquidez, a moeda se beneficiou da influência da demanda sazonal por remessas de lucros e dividendos ao exterior. Além do movimento técnico, o real acompanhou o desempenho negativo das moedas emergentes, especialmente as latino-americanas, em um dia de fortalecimento global do dólar.
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Remessas ao exterior pressionam o câmbio
Operadores destacam que a principal pressão veio da saída de recursos para pagamento de lucros e dividendos, prática comum no fim do ano e intensificada pela liquidez mais baixa do mercado.
Segundo Ian Lopes, especialista da Valor Investimentos, não houve fatos novos que justificassem o movimento. “O aumento das remessas ao exterior em meio à liquidez mais reduzida trouxe volatilidade e acabou puxando o dólar para cima”, afirmou.
Embora sem impacto direto na formação da taxa, agentes também mencionaram desconforto com o cenário jurídico envolvendo a liquidação do Banco Master pelo Banco Central.
Confira o gráfico DXY (em tempo real):
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Mercado futuro indica demanda por dólar à vista
Um dos destaques do pregão foi o comportamento do mercado futuro. O contrato de dólar para janeiro permaneceu, em vários momentos, abaixo da cotação à vista — situação conhecida como casado negativo.
Esse movimento indica maior procura pela moeda no mercado spot, geralmente associada a fluxos efetivos de saída de capital, como remessas ao exterior e fechamento de balanços corporativos.
“É algo comum no fim do ano, com saída de recursos para distribuição de lucros e dividendos”, explicou Jonathan Joo Lee, head da mesa de câmbio e internacional da Mirae Asset Brasil.
Além disso, investidores já se posicionam para a definição da última taxa ptax de dezembro, referência usada para liquidação de contratos derivativos e fechamento contábil das empresas.
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Cenário externo favorece dólar globalmente
O real também foi impactado pelo movimento internacional de redução de exposição a ativos considerados mais arriscados na véspera da virada do ano.
De acordo com Lee, o fluxo global ajudou a pressionar as moedas emergentes. “É um período marcado pelo ‘fly to quality’, quando investidores buscam ativos considerados mais seguros”, disse.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, operou em leve alta ao longo do dia, acima dos 98 mil pontos, embora tenha se aproximado da estabilidade no fim da tarde.







