O setor de energia está passando por uma das maiores transformações da história, impulsionado pela descarbonização e pela digitalização das redes. Em 2025 e 2026, a transição energética no Brasil criou um vácuo de profissionais qualificados, transformando funções técnicas e de engenharia em verdadeiros “itens de luxo” para as empresas do setor.
Quais profissões da energia enfrentam maior escassez?
Atualmente, a falta de profissionais não se limita apenas ao nível superior; há uma carência crítica de técnicos especializados em campo. Com o avanço das usinas solares e parques eólicos, a demanda por mão de obra superou a capacidade de formação das escolas técnicas e universidades.
| Profissão | Área de Atuação | Nível de Escassez | Por que falta? |
| Engenheiro de Redes (Smart Grids) | Transmissão/Distribuição | Crítica | Exige fusão de elétrica com TI e dados |
| Técnico em Sistemas Fotovoltaicos | Energia Solar | Alta | Explosão de instalações residenciais e usinas |
| Especialista em Hidrogênio Verde | Nova Energia | Extrema | Setor novo com pouquíssima formação acadêmica |
| Técnico em Manutenção Eólica | Energia Eólica | Alta | Trabalho em altura e localização remota |
| Analista de Mercado Livre de Energia | Comercialização | Crítica | Abertura do mercado para todos os consumidores |
Por que o Engenheiro de Redes e o Especialista em H2V são tão visados?
De fato, o Engenheiro de Redes Inteligentes (Smart Grids) é a ponte entre a engenharia elétrica tradicional e o mundo digital. Como o Brasil está modernizando sua rede para aceitar múltiplas fontes de energia (solar, eólica, biomassa), faltam profissionais que entendam de automação, sensores e proteção de sistemas. Consequentemente, esses profissionais recebem propostas agressivas de distribuidoras e grandes multinacionais.
Simultaneamente, o Hidrogênio Verde (H2V) é a grande aposta para o futuro próximo, especialmente no Nordeste brasileiro. Por ser uma tecnologia de fronteira, a escassez de especialistas em eletrólise e armazenamento é total. Portanto, engenheiros químicos e mecânicos que se especializam nesse nicho em 2025 estão conseguindo salários de nível sênior logo no início da atuação, muitas vezes com oportunidades de intercâmbio técnico internacional.
Cargos de infraestrutura e a “guerra de talentos” no campo
Certamente, as profissões de “chão de fábrica” e operação de campo são as que mais sofrem com a rotatividade. A expansão das linhas de transmissão no Brasil criou uma demanda por profissionais que aceitem o regime de viagem e trabalho em locais remotos. Confira os perfis mais buscados:
- Eletricista de Linha Viva: Profissionais treinados para trabalhar com redes energizadas, uma função de alto risco e remuneração diferenciada.
- Operador de Sistema Elétrico: Responsável pelo controle de carga e manobras em tempo real, exigindo certificação rigorosa e alta resiliência.
- Montador de Estruturas Metálicas: Essencial para a construção de torres de transmissão e suportes de painéis solares em larga escala.
- Técnico de Comissionamento: O profissional que faz os testes finais antes de uma usina entrar em operação comercial.

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O que considerar para se especializar em 2026?
Atualmente, o mercado valoriza o profissional “híbrido”: aquele que entende a parte elétrica mas domina ferramentas de análise de dados e software. Outrossim, certificações internacionais e cursos de especialização em energias renováveis são o caminho mais rápido para aumentar o valor de mercado. O setor de energia é um dos poucos onde a estabilidade é alta, já que o consumo é essencial e crescente.
Finalmente, recomendamos que você busque cursos técnicos focados nas normas regulamentadoras (NRs), especialmente a NR-10 (segurança em eletricidade) e NR-35 (trabalho em altura), que são os requisitos básicos de entrada. Em 2025 e 2026, quem dominar as tecnologias de energia limpa estará no centro da economia brasileira.



