O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) cresceu 2,75% em novembro, na comparação com outubro, passando de R$ 8,254 trilhões para R$ 8,480 trilhões. Os dados constam do Relatório Mensal da Dívida (RMD), divulgado nesta terça-feira pelo Tesouro Nacional.
No período, a correção de juros sobre o estoque somou R$ 73,1 bilhões. Já as emissões líquidas — diferença entre títulos emitidos e resgatados — alcançaram R$ 153,7 bilhões.
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A DPF reúne a dívida interna e a externa do governo federal. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) avançou 2,73% e encerrou novembro em R$ 8,165 trilhões. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) cresceu 3,24%, para R$ 314,9 bilhões.
Estrangeiros reduzem participação na dívida pública
A participação de investidores estrangeiros na DPMFi caiu de 10,46% em outubro para 10,05% em novembro. Em valores absolutos, o estoque de títulos nas mãos desse grupo recuou de R$ 831,4 bilhões para R$ 820,5 bilhões.
As instituições financeiras mantiveram a maior fatia do estoque, com 33,23%, ante 32,21% no mês anterior. Os fundos de investimento reduziram sua participação de 21,21% para 20,94%, enquanto o segmento de previdência passou de 22,97% para 22,70%. As seguradoras elevaram levemente sua fatia, de 3,60% para 3,67%.
Composição da dívida pública segue dentro do plano
A parcela da DPF atrelada à taxa Selic diminuiu marginalmente, de 48,19% para 48,14%. O Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2025 prevê intervalo entre 48% e 52% para esses títulos.
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A participação dos papéis pré-fixados aumentou de 21,44% para 22,07%, dentro da faixa de 19% a 23% estipulada pelo PAF. Já os títulos indexados à inflação passaram de 26,68% para 26,10%, também dentro do intervalo previsto, de 24% a 28%. Os papéis cambiais avançaram de 3,68% para 3,70%.
A parcela da dívida com vencimento em até 12 meses caiu de 17,75% para 17,54%. O prazo médio da DPF recuou de 4,14 anos para 4,08 anos, ainda dentro do intervalo de 3,8 a 4,2 anos estabelecido pelo Tesouro. O custo médio acumulado em 12 meses caiu de 11,90% ao ano para 11,69% ao ano.
Colchão de liquidez aumenta
O colchão de liquidez da dívida pública — reserva usada para honrar vencimentos sem necessidade imediata de novas emissões — cresceu 15,83% em novembro, para R$ 1,213 trilhão. Em relação a novembro de 2024, a alta é de 41,74%.
O montante disponível era suficiente para cobrir 8,43 meses de vencimentos de títulos, ante 8,81 meses em outubro. O Tesouro considera prudencial um nível mínimo equivalente a três meses de pagamentos.
Emissões reforçam caixa do Tesouro
Durante entrevista coletiva, o coordenador-geral de operações da dívida pública, Helano Borges, informou que o Tesouro realizou emissões de R$ 1,7 trilhão em 2025, movimento que permitiu recompor o colchão de liquidez.
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“Este ano, a gente conseguiu fazer um volume substancial de emissões e recompor a reserva de liquidez, o que dá grau de liberdade para as nossas atuações em períodos futuros”, afirmou.
Segundo o Tesouro, as emissões do ano foram concentradas em títulos pré-fixados (42,3%), seguidos por papéis atrelados à Selic (39,6%) e indexados à inflação (18,1%). Apenas em dezembro, foram emitidos R$ 55,5 bilhões.
Borges também observou que, em dezembro, os juros futuros subiram entre 40 e 50 pontos-base nos prazos intermediários e longos, refletindo a percepção de manutenção da Selic em janeiro e o aumento das incertezas eleitorais.

