A demanda por commodities continua em alta, mas os estoques estão em níveis historicamente baixos, pressionando os preços e acelerando a inflação em todo o mundo.
Com a reorganização, um grande número dos produtos entrou em “backwardation”, que é uma estrutura de preços que sugere escassez – quando o preço para entrega no curto prazo excede o de longo prazo, segundo reportagem do Valor Econômico.
Segundo Nicholas Snowdon, analista do Goldman Sachs: “Este é o cenário de estoques mais extremo”. “É um caso totalmente sem precedentes. Não há resposta da oferta.”, completou.
Algumas das principais commodities em falta são o cobre e o alumínio. Os estoques de cobre nas maiores bolsas de commodities estão em pouco mais de 400 mil toneladas, número que corresponde a cerca de uma semana de consumo global.
O alumínio superou na semana passada o maior preço em 13 anos, de cerca de US$ 3.200 a tonelada, após o Goldman Sachs dizer que os estoques podem se esgotar até 2023.
Além dos metais, o petróleo encontra-se em um momento de alta de preços e escassez também. A Agência Internacional de Energia (AIE) reportou que os preços do petróleo, já negociados acima de US$ 90 o barril, poderão subir ainda mais, uma vez que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus parceiros têm dificuldade para retomar os patamares de produção pré pandemia.
O preço do gás continua alto na Europa, devido à possível guerra entre Rússia e Ucrânia e o baixo fluxo da commodity disponibilizada pelos russos, principais distribuidores de gás do continente. Os estoques de gás estão abaixo das médias sazonais no local, segundo a consultoria ICIS, especializada em commodities.
No setor agrícola, a escassez atingiu os estoques de café arábico, grão de maior qualidade, fazendo com que os níveis caíssem para o menor nível em 22 anos. Devido a menores exportações e interrupções de fornecimento da América Central, o produto teve seu pior desempenho em mais de duas décadas na bolsa de futuros ICE.
Imagem: Piqsels









