Bolsa teve o melhor mês dos últimos dois anos; entenda

A Bolsa de Valores brasileira fechou o mês de janeiro na contramão do mercado internacional. Enquanto o Ibovespa apresenta um movimento de valorização as principais bolsas americanas fecharam o mês em queda. Commodities e um mercado interno repleto de oportunidades para o investidor estrangeiro são alguns dos motivos que explicam o resultado da bolsa brasileira.

O economista Lucas Rocco, sócio-fundador da Wise AAI, explica que a valorização de 7% no principal índice da bolsa brasileira levou a um fechamento positivo em janeiro em meio a um cenário internacional desfavorável com desvalorização da Nasdaq em 9% no mesmo  período. A bolsa fechou o mês com 112 mil pontos.

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O movimento da bolsa está relacionada diretamente com os papéis de empresas ligadas ao setores financeiro e de commodities impulsionadas por um cenário mundial de inflação e juros mais altos. Os preços do petróleo, minério e grãos em geral estão aumentando, o que valoriza as ações das empresas que os produzem.

Para o Rocco, é uma demonstração de força da B3 que se descolou das bolsas internacionais. O mercado nacional foi impulsionado pela entrada do investidor estrangeiro em um mercado desvalorizado, com moeda e empresas depreciadas, e portanto repleto de boas oportunidades baratas.

Confira abaixo as 5 ações que mais se valorizaram em janeiro no mercado brasileiro:

B3 (B3SA3)

O valor investido pelos estrangeiros em janeiro deste ano é equivalente a 35% do total recebido no ano anterior; respectivamente 25 bilhões e 71 bilhões. O investidor brasileiro que entrou na bolsa seguindo a baixa das taxas de juros, optou por vender suas ações com o aumento da Selic por não estar habituado com a volatilidade do mercado ou períodos mais longos de crise. 

Hapvida (HPVA3)

Entre os fatores que constribuiram para a valorização da empresa está a aprovação, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a fusão com a NotreDame Intermédica (GNDI3). A nova empresa com valor de mercado de R$ 140 bilhões, será o segundo maior do mercado de saúde, atrás da Rede D’Or (RDOR3), de acordo com reportagem da revista Veja.

Itaú Unibanco (ITUB4)

O aumento da taxa básica de juros, previsto ainda para 2022, a receita das instituições financeiras tende ao crescimento devido ao crédito oferecido a seus clientes. Além disso, a sólida expansão de sua carteira de clientes apontam um lucro de R$ 6,7 bilhões.

Azul (AZUL4)

As companhias aereas americanas divulgaram seus balanços e os números foram melhores do que os esperados pelo mercado. Este fato somado a perpectiva de que a nova variante do coronavírus não vai impactar fortemente as companhias aéreas brasileiras são razões pelas quais esses papéis se valorizaram no período. 

Bradesco PN (BBDC4)

A expectativa de aumento da inflação e, consequentemente da taxa básica de juros, junto da solidez e tradição do banco são responsáveis pela valorização dos papéis.

^{Imagem: Piqsels}