A aprovação, pela BRF, da proposta de fazer uma oferta subsequente de ações (follow-on), de até 325 milhões de papéis, que pode render algo na faixa de R$ 7,7 bilhões para a companhia, pode normalizar sua estrutura de capital e levar a a Marfrig a assumir o controle da companhia, opinou a Mirae Asset, em seu relatório matinal.
“Existe expectativa de que nesta operação a Marfrig possa assumir o controle da BRF. Apesar da Petros se opor a operação, o argumento que sustenta a captação é que a empresa se encontra alavancada, com uma relação dívida líquida/ebitda superior a 3x”, aponta a análise.
Na visão da Mirae, o movimento da Marfrig é o fator surpresa da oferta, em que a acionista pode concluir o aumento de participação no controle da BRF, sem necessitar acionar o “tag along” (mecanismo que visa dar mais garantia aos acionistas minoritários, nos casos de mudança no controle da companhia).
A Mirae tem recomendação de compra para a ação da BRF, com preço-alvo de R$ 27,38, considerando um upside de 11%.
A análise foi divulgada antes do fato relevante em que a BRF informa que fará uma oferta pública de distribuição primária de, inicialmente, 270 milhões de novas ações ordinárias, incluindo American Depositary Shares (ADSs) representadas por American Depositary Receipts (ADRs), a ser realizada no Brasil e nos Estados Unidos, deve ocorrer em 3 de fevereiro, segundo cronograma da oferta divulgado em fato relevante nesta terça-feira.
O preço por ação deverá ser fixado e aprovado pelo conselho da BRF em 1 de fevereiro. O preço atual da ação ordinária da companhia (BRFS3) é cotado em R$ 23,72.
Cynara Escobar / Agência CMA
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