A poupança fechou 2021 com o pior rendimento desde 1990, completando três anos seguidos no negativo. Com a inflação oficial do país em 10,06%, a caderneta deixa investidor novamente com perda de poder aquisitivo, de acordo com a Economatica, empresa que vende dados de mercado.
A rentabilidade da poupança, descontada a inflação, medida pelo IPCA no ano de 2021 é de -6,37%. Em 2019, foi de -0,05% e, em 2020, de -2,30%.
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Segundo o Banco Central, os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 35,4 bilhões em 2021, evidenciando a falta de rentabilidade e a perda de poder aquisitivo geral da população brasileira, que teve que sacar para seus gastos do dia a dia.
Devido à inflação elevada, a poupança e o mercado de ações devem perder força dentro do mercado financeiro, abrindo espaço para investimentos de renda fixa, como os títulos do Tesouro Direto, por conta da indexação à inflação ou à Taxa Selic.
Mudança no Cálculo
Em dezembro, quando a taxa básica de juros, Selic, ultrapassou a barreira de 8,5% ao ano, o cálculo do rendimento da poupança mudou.
De acordo com a Lei 12.703, de 2012, o rendimento dos investimentos na caderneta de poupança será de 70% da Selic quando ela for menor ou igual a 8,5% ao ano, mais a taxa referencial (TR). Quando a Selic for maior que esse percentual, como agora, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês, mais a TR.
Como a TR hoje está praticamente zerada, sua influência no rendimento da poupança é nula. O que importa, então, é justamente o que acaba de ser alterado. Agora, o rendimento da caderneta vai passar para 0,5% ao mês.
No novo cálculo, apesar do aumento imediato na rentabilidade, a poupança vai, a partir de então, ter seu rendimento estacionado em 0,5% ao mês, independente de haver novos aumentos na taxa de juros. E o Copom já prevê um novo aumento de 1,5 pontos percentuais em sua próxima reunião.
*Imagem: Piqsels.com
