Na última semana, o governo chinês promulgou uma lei, com foco nos algoritmos, que aumenta as limitações para a atuação das empresas de tecnologia. A lei regulamenta o uso de inteligência artificial (IA) pelos aplicativos de mídias sociais e games.
Segundo o órgão chinês Cyberspace Administration of China (CAC), que possui status de ministério, as plataformas são tão bem sucedidas no uso da IA que, na prática, são capazes de capturar atenção do usuário por horas e deixá-lo preso à plataforma.
A nova regra também regulamenta a precificação de produtos. É comum que sistemas de vendas onlines ajustem seus preços conforme o poder aquisitivo, o comportamento e a propensão a comprar dos usuários. O objetivo é maximizar as vendas através da manipulação de preços praticados.
O CAC afirma que com base na análise de dados e implementação da inteligência artificial, os sistemas de vendas sabem se o usuário tem maior chance de pagar mais caro por um produto ou se apenas faz compra quando está em oferta. A partir dessas informações, o sistema precifica o produto para aquele usuário. A partir de março, a prática fica proibida no país.
A nova lei permite que os usuários decidam se querem ou não receber recomendações de compras e ofertas baseadas nos dados coletados sobre seu comportamento e seus hábitos de consumo. A recomendação de itens segue permitida, entretanto a diferença é o poder de escolha restituído ao usuário.
Imagem: Piqsels