A inflação não é um problema exclusivo do Brasil, mas as medidas que o país tem adotado para combatê-la acabam por desvalorizar o real e piorar o cenário econômico, afirma o economista Álvaro Frasson, responsável pelas análises macroeconômicas do BTG Pactual.
Em evento em Criciúma (SC), promovido pela Wise Assessoria de Investimentos, Frasson listou as diferenças entre a reação no Brasil e nos Estados Unidos. Lá, eles têm inflação alta com juros baixos, e, no Brasil é necessário aumentar a Selic para conter a inflação. Frasson lembra que os EUA “têm controle sobre o maior lastro do mundo, que é o dólar, e tem investment grade (classificação de segurança para investimentos)”.
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O investment grade é um dos porquês para o baixo desenvolvimento na Bolsa brasileira. “Lá, eles têm nota AAA+, aqui temos BB-. Essa diferença tira muito investimento daqui. Quando o Brasil tinha investment grade até 2013, eles olhavam para cá e viam um investimento seguro com juros de 12% a.a e riam”, afirma o economista, de acordo com notícia publicada no site 4oito.
Com isso, Frasson destaca para as moedas, especificamente, o real, que é a terceira moeda que mais desvalorizou em 2021 num grupo de 24 países emergentes. “Os outros países foram a Argentina, que nem preciso falar sobre os problemas que tem enfrentado, e a Turquia, onde o chefe de Estado troca sempre que quer o presidente do Banco Central”.
Diante do atual cenário brasileiro econômico e o que poderá ocorrer em 2022 com as Eleições, tentar prever o câmbio para um, dois, dez anos é “achologia”. “Existe uma piada no mercado financeiro que diz que, o câmbio surgiu para fazer com que os economistas sejam humildes”, finaliza Frasson.









