De acordo com dados da Bolsa de valores do Brasil (B3), cerca de 50% das pessoas físicas registradas na Bolsa tinham mais de cinco ativos no primeiro semestre de 2021, mais do que o dobro comparado com 2016, quando apenas 21% dos investidores possuíam de tantos produtos.
Para aqueles que têm interesse em entrar no mercado de investimentos já devem ter recebido uma dica geral, tanto de economistas, como de educadores financeiros, que é apostar em uma carteira diversificada. Não que isso seja garantia de bons resultados, já que também é necessário muito estudo para escolher produtos que ajudem a montar um portfólio promissor, e aumente as chances de impulsionar patrimônios com maiores e mais seguros retornos.
É preciso apostar em formas mais estratégicas de diversificar e conquistar objetivos financeiros. Caso o investidor não se atente a isso, pode ter prejuízos e se desapontar com o mercado.
Com isso, a Pandhora Investimentos, gestora de fundos de investimentos quantitativos, selecionou alguns erros que devem ser evitados no momento de otimizar a carteira. Veja:
- Não considerar o tripé dos investimentos – Grande parte dos investidores foca apenas na rentabilidade das aplicações. Mas, não podemos esquecer de olhar o tripé, que é completado pela liquidez e segurança. “Apenas ao observar esses três aspectos é que se deve tomar uma decisão. O percentual a ser investido em ativos líquidos, seguros ou mais arriscados depende de cada perfil, mas, para equilibrar a carteira, é aconselhável deixar parte dos recursos com um resgate rápido e em segurança”, aconselha Flora Damin, Sócia e Relações de Investimento da Pandhora.
- Seguir “dicas” de outras pessoas – No mundo dos investimentos, o perigo de tomar decisões sem embasamento suficiente é alto. Em muitos casos, investidores optam por determinados produtos a partir de dicas de amigos e familiares ou conteúdos da internet. Porém, essa pode não ser a melhor forma de diversificar. “Não podemos esquecer que cada pessoa tem objetivos e perfis de investidor distintos. Aquilo que vale para o seu colega, pode não ser tão útil para você”, analisa a especialista.
- Não observar os fundamentos de ações e fundos – Entre aqueles que investem em ações, nem todos conhecem e entendem a relevância da análise fundamentalista. Ela é basicamente a observação profunda de fatores internos e externos sobre a instituição que se deseja investir. Portanto, para realizá-la, é preciso pesquisar aspectos como a sua situação financeira; histórico no mercado; desempenho do segmento e projeções para o futuro. Flora ressalta que, além de otimizar os resultados, esse olhar mais atento e cuidadoso para os fundamentos se mostra muito vantajoso, pois impede, por exemplo, que o investidor inclua muitas empresas do mesmo setor em sua carteira. O que, consequentemente, permite que os ativos presentes em seu portfólio se comportem de formas diferentes, diluindo riscos.
- Ignorar a correlação – Esse fator indica o quão parecidos os produtos de investimentos são entre si, e a métrica varia de -1 a +1: quanto mais próximo de +1, mais correlacionadas está às aplicações. Flora conta que ignorar essa questão pode gerar uma falsa diversificação do portfólio. “É importante ter em mente que ativos similares tendem a se comportar do mesmo modo. Então, quando um apresenta uma queda, todos podem acompanhar o movimento”. O ideal, portanto, é buscar por alternativas com correlação negativa, como, por exemplo, a renda fixa e a variável.
- Investir em algo que você não entende – Por fim, um erro cometido por muitos é aportar capital em ativos sem de fato compreendê-los. “Investir de forma variada é aconselhável, mas apenas quando foi feito um trabalho de pesquisa e entendimento das informações disponíveis sobre os produtos. Do contrário, os riscos podem ser ainda maiores”, finaliza a especialista.
Imagem: Piqsels.com









