Depois de caírem 30% nos últimos três meses, as ações da Usiminas (USIM5) estão baratas. Quem diz isso é a equipe de analistas do Banco BTG Pactual. Em relatório publicado na noite desta terça-feira (21/9), eles afirmam que os papéis, hoje vendidos a R$ 14, têm tudo para chegar a R$ 24.
De acordo com o documento, as ações estão sendo mal avaliadas pelo mercado. “Com preços saudáveis de aços planos em todo o mundo e sólida demanda no Brasil, acreditamos que a dinâmica dos lucros é forte demais para ser ignorada”, dizem os analistas.
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Acontece que, por enxergar uma redução da demanda chinesa por minério de ferro e aço, o mercado parece ter descontado demais os preços da siderúrgica, em relação às perspectivas que a empresa tem para os próximos anos.
Ao relacionar a perspectiva de lucro (EBITDA) com o preço dos papéis, os analistas do BTG afirmam que as ações USIM5 estão sendo negociadas por 1,6 vezes o EBITDA, quando o natural para uma empresa no mesmo momento da Usiminas seria ter suas ações precificadas a 5 vezes o EBITDA.
“Se assumíssemos uma queda nos preços do aço de 20% (conservador em nossa opinião) em 2022 e que seu negócio de minério de ferro gerasse EBITDA 0 (também altamente conservador), chegaríamos a um EBITDA de aproximadamente R$ 7 bilhões para 2022”, projeta o BTG.
Acontece que os preços do aço e do minério de ferro se desvincularam, à medida que a China avança com seus planos de descarbonização, restringindo a produção de aço no país. Assim, ao mesmo tempo que a demanda pelo minério cai, a compra de chapas de aço deve aumentar.
No fim do primeiro trimestre, a China aprovou o seu 14º Plano Quinquenal, no qual o Partido Comunista definiu as políticas e objetivos a serem perseguidos até 2025.
Entre os pontos destacados por especialistas está justamente aumentar a participação de combustíveis não fósseis na matriz energética para cerca de 20%. Em 2019, esse percentual foi de 15,3%.
O relatório é assinado por Leonardo Correa, Caio Greiner e Bruno Lima, da equipe de Equity Research do BTG.