Em qual banco você tem conta? Caixa? BTG Pactual? Itaú? Bradesco? Banco do Brasil? Ou você prefere bancos digitais? Nubank, Inter, Pan, PicPay? Provavelmente, você escolheu mais de um — e não está sozinho!
Os brasileiros têm em média 4 contas bancárias para chamar de sua — e isso muda toda a estratégia de captação dos bancos.
Antes, mais clientes equivalia a mais movimentações financeiras e, portanto, mais dinheiro para o banco. Hoje, o cenário é bem diferente. São milhares de contas abertas com poucas ou nenhuma movimentação nos últimos anos.
O levantamento do Google, encomendado aos institutos Quantas e Liga Pesquisa, mostra que os brasileiros consideram apenas dois bancos como seus principais, apesar de terem em média 4 contas bancárias ativas.
E é aí que ocorre a mudança de estratégia. Os bancos passaram a se questionar: como se tornar um banco “principal”.
O estudo, ao qual o Monitor do Mercado teve acesso, mostrou que os 57% dos entrevistados consideram trocar seus “bancos principais”. O grande gatilho para isso, segundo a pesquisa, é a experiência digital — seja na internet ou no celular.
Isso acontece “quando o consumidor tem acesso a um aplicativo e site que são fáceis de usar e permitem fazer todas as movimentações pela internet”, explicou o Google.
Segurança, preço das tarifas e conveniência aparecem em seguida, respectivamente.
O fim da fidelidade a bancos
O grande ponto, hoje, é que você pode caçar os benefícios sem prometer fidelidade, e as pesquisas mostram exatamente isso.
Pesquisas genéricas sobre o tema dobraram, em relação a buscas com marcas específicas, de 2018 a 2023. Na prática, isso significa que as pessoas estão buscando mais “cartão black” do que “cartão black do banco XXXX”. Elas estão buscando vantagens, independentemente de quem possa oferecê-la.
Então, captar clientes não é um problema. Bancos podem oferecer uma infinita quantidade de serviços que atraiam mais contas, seja o Next e o Bradesco oferecendo compra antecipada para o Lollapalooza ou o Itaú com descontos em cinema.
Até a Taylor Swift entrou nessa, em uma parceria com o C6 Bank, que patrocinou a pré-venda do show do Rio de Janeiro. A fila de espera chegou a 1 milhão de pessoas.
Para o Google, essa média de 4 contas bancárias podem crescer, mas o que vai pautar isso “é a quantidade de serviços que vão ser ofertados para comportamentos diferentes”, disse Monica de Carvalho, diretora de negócios do Google.
Agora, quantas contas continuaram movimentando dinheiro após esse período? Essa é a pergunta do milhão. A resposta está nos benefícios e no atendimento feito, muito mais do que na facilidade e no alcance das campanhas de “abra sua conta”.
Como um banco ganha dinheiro?
Os bancos geram lucros de diferentes formas: taxas de cartão de crédito, movimentação de conta, juros em empréstimos, investimentos, serviços financeiros etc.
Com a tendência de isenção de taxas, criada, inclusive, para a maior captação contas, os bancos se encontram em um cenário nunca antes visto: são milhares de contas abertas, gratuitas, que não geram renda nenhuma.
Contas paradas significam gastos (para a manutenção daquela conta) sem lucro. Por isso, a nova corrida está na movimentação e, como chama o Google, em transformar o banco em “principal”.