Trocas de presidente, apagão e divulgação de resultados. A Eletrobras voltou ao foco dos investidores nesta semana. Um ano depois da sua privatização, já é possível começar a enxergar os seus efeitos no balanço da empresa.
O raio-X da privatização da Eletrobras e da Copel (privatizada neste mês) é o tema do programa de estreia do podcast Ligando os Pontos, com Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado e colunista da Folha de S.Paulo.
Em conversa com a jornalista Maria Júlia Baumert, Vasconcellos destrincha os resultados, as expectativas e a realidade da desestatização da Eletrobras e da Copel.
No novo podcast do Monitor do Mercado, Ligando os Pontos discute semanalmente os assuntos que pautam o mercado financeiro, para te ajudar a encontrar oportunidades e desviar de armadilhas nos seus investimentos.
Os episódios são semanais e estarão disponíveis no YouTube.
O sonho e a realidade da privatização
A privatização da Copel (Companhia Paranaense de Energia) aconteceu no mesmo dia em que a Eletrobras divulgou seus resultados e permitiu que enxergássemos o que efetivamente aconteceu com a empresa um ano depois de ser privatizada. É difícil acreditar que foi por mera coincidência.
A Copel deixou de ser uma estatal em uma operação que movimentou R$ 5,2 bilhões, com a oferta de suas ações na Bolsa de Valores. Apenas cerca de R$ 2 bilhões virarão recursos líquidos para a empresa garantir uma parte da renovação da concessão de três usinas hidrelétricas por mais 30 anos. O custo total é de R$ 3,7 bilhões.
Seus papéis subiram mais de 18%, desde o começo do ano, quando a desestatização ficou mais óbvia.
No caso da Eletrobras, nos seis meses anteriores à privatização, suas ações subiram mais de 35%, mostrando o otimismo do mercado com a jogada. De um ano para cá, entretanto, os papéis caíram mais de 20%, mostrando que os investidores exageraram na dose ao imaginar o que a empresa seria capaz de entregar com a virada de chave.
Em um ano no setor privado, sua capacidade instalada, que é o quanto de energia elétrica ela conseguiria gerar se operasse em nível máximo, aumentou apenas 1%, comparando o segundo trimestre de 2023 com o segundo de 2022, logo antes da privatização. O lucro aumentou 16%.