A crise econômica ocasionada pela a pandemia do coronavírus fez com que os brasileiros se vissem obrigados a fazer mudanças nos cardápios do dia a dia. O consumo de carne diminuiu para o menor nível em 25 anos, de acordo com os dados do governo.
Os preços dos cortes bovinos dispararam desde 2020, limitando o consumo interno e com a China sendo um dos maiores importadores da carne brasileira.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o brasileiro consome 26,4 quilos de carne ao ano, uma queda de quase 14% em comparação com 2019, quando a pandemia ainda não existia.
Ainda segundo a companhia, o consumo da proteína caiu mais de 4% nos primeiros quatro meses de 2021, em relação a 2020.
Guilherme Malafaia, pesquisador do setor de bovinos da Embrapa, afirmou à agência de notícias Reuters que a pandemia gerou desemprego e, com isso, a perda de renda, o que empobreceu a população e também gerou perda de pode aquisitivo, enfraquecendo o consumo interno de carne.
Se por um lado o consumo da carne bovina caiu, o consumo do ovo — uma opção mais barate de proteína —, frango e suíno aumentou. A exportação de ovo chegou ao maior nível em 20 anos.
O coronavírus acabou com boa parte do rebanho suíno da China, diminuindo a oferta de carne no país, o que fez com que os chinezses passassem a importar proteína de outros lugares do planeta, fomentando uma inflação global dos alimentos.
O diretor de política agrícola da Conab, Sergio de Zen, afirmou à Reuters que o mundo está pagando mais caro por comida e acrescentou que a moeda fraca castiga em especial o Brasil, porque o câmbio desvalorizado faz com que os custos de produção brasileiros aumentem.
Nos últimos 12 meses, o preço da carne em geral subiu 35% no Brasil, de acordo com o IBGE. Essa alta é cinco vezes mais alta que o próprio IPCA no período.
*Imagem em destaque: Piqsels.com









