Em janeiro, o COE (Certificado de Operações Estruturadas) completou 4 anos com estoque de R$ 12,5 bilhões registrado no final de 2017. Ao longo desse período, 20 bancos emitiram o certificado, que também foi distribuído por 12 corretoras e distribuidoras. A regulamentação da CVM autorizando que essas empresas distribuíssem o COE foi divulgada em outubro de 2015 e, em 2017, elas já foram responsáveis pela comercialização de 35% das novas emissões.
Nas emissões ocorridas ao longo do ano de 2017, os COEs indexados a índices internacionais representaram 22,8% do total, contra 1,7% em 2016. Já aqueles atrelados a taxas de câmbio caíram de 37,9% em 2016 para 14,6% em 2017. Outros indexadores foram taxa de juros (17,9%), cesta de ativos (17,2%), índices de ações (14%), inflação (7,3%) e outros (6,1%).
“Uma das principais características do produto é que ele é muito flexível, e neste sentido, tende a acompanhar as tendências e oportunidades do mercado. Este ano, por exemplo, vimos cair bastante o número de emissões atreladas a inflação, que nos anos anteriores tinham volumes bem expressivos e, em contrapartida, houve aumento de COEs indexados a índices de mercados internacionais. A redução da projeção da inflação e oportunidades de diversificação com investimentos no mercado internacional explicam os principais movimentos observados ao longo de 2017”, avalia Fabio Zenaro, superintendente de Produtos de Balcão da B3.
Em quatro anos, pouco mais de 240 mil operações movimentaram R$ 31 bilhões. Apenas em 2017, o volume de emissões superou os R$ 10,2 bilhões, 35% a mais do que em 2016.
Cerca de metade (51%) dos COEs emitidos em 2017 possuem prazo entre 1 e 3 anos. Mas há produtos com prazos mais longos: 23% das novas emissões tiveram prazo entre 3 e 4 anos e 12% delas, superior a 4 anos.
No Brasil, cerca de 90% dos investidores desse produto são pessoas físicas. Em 2017, 45,8% das operações que venceram tiveram rentabilidade superior à do DI. Vale lembrar que a grande maioria dos COEs emitidos no Brasil possuem valor nominal protegido, popularmente conhecido como Capital Garantido. “Isso dá ao investidor a possibilidade de investir em classes de ativo que considera mais arriscadas, já que, na pior das hipóteses, ele terá de volta o valor principal aplicado”, explica Zenaro.
A B3 disponibiliza infraestrutura para o registro e liquidação de 46 figuras (cenários de ganhos e perdas) diferentes de COEs que, dependendo da combinação feita pelo emissor, representam mais de 90 cenários de rentabilidade. O registro em uma câmara é condição necessária para a existência do COE.
Com informações da assessoria de imprensa da Bovespa