CVM lança publicações educacionais e de negócios, além de palestras
Presidente da CVM, Marcelo Barbosa, em lançamento do Guia Sustentabilidade. Ele também esteve presente, à tarde, na palestra online “Os Planos da CVM e o Futuro da Governança”
A World Investor Week 2017 (WIW) – Semana Mundial do Investidor começou! A cerimônia do toque da campainha (que simboliza a abertura do pregão) na Bolsa de Valores de Tóquio marcou o início do evento, que durará até 8/10 e promoverá debates mundiais sobre aprimoramentos na educação e proteção do investidor.
A agenda de atividades no Brasil também já está a todo vapor, trazendo novidades para o mercado e ações de estímulo à conscientização e à educação financeira.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) começou o dia no lançamento do Guia Sustentabilidade: Oportunidade de Negócios no Setor de Intermediação (link para site exerno). O material foi produzido pela B3 – Brasil, Bolsa, Balcão e contou com o apoio da Autarquia, bem como do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, da ABDE – Associação Brasileira de Desenvolvimento e do LAB – Laboratório de Inovação Financeira.
O Guia tem como objetivo fomentar o debate sobre sustentabilidade no setor de intermediação, incentivando corretoras, distribuidoras e bancos a integrarem questões ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) a seus processos e produtos, bem como ao relacionamento com clientes.
“Este material subsidiará participantes do mercado de capitais brasileiro a repensarem a sustentabilidade em seus negócios, aprimorando o desenvolvimento de iniciativas de acordo com suas respectivas realidades. O tema é de extrema relevância e, por isso, a CVM apoia a iniciativa, que visa ao crescimento e desenvolvimento saudáveis do segmento” – Marcelo Barbosa, presidente da CVM.
José Alexandre Vasco (esquerda), superintendente de proteção e orientação aos investidores da CVM,
participa de painel no lançamento do Guia Sustentabilidade
Inspetor da CVM, Marcus Vinícius, explica em palestra importância do tema para a sociedade e para o mercado
No combate à corrupção e lavagem de dinheiro
A Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA) nasceu em 2003, com foco inicial no combate à lavagem de dinheiro. A partir de 2006, foi incorporado ao seu mandato o combate à corrupção. Assim, ela tornou-se articulação interinstitucional do Estado Brasileiro envolvendo vários entes no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que integra diversos agentes públicos relacionados com o tema.
A fim de apresentar o desenvolvimento desse tema no mundo, bem como a representatividade e a atuação da CVM na ENCCLA, o inspetor do Núcleo de PLDFT/Superintendência Geral da Autarquia, Marcus Vinícius, realizou palestra na regional da CVM em São Paulo. Foram destacados o exercício da Autarquia nessa esfera, a análise dos possíveis reflexos para o segmento e das formas de implementação de eventuais ajustes normativos e/ou operacionais.
“Essa palestra é muito importante, ainda mais no cenário brasileiro em que nos encontramos hoje. Por isso, o contexto histórico sobre lavagem de dinheiro e ações anti-corrupção, as evoluções no mundo, o desenvolvimento da estrutura do sistema brasileiro com relação ao tema e a criação da ENCCLA, bem como do GAFI, são os norteadores do nosso encontro hoje”, disse Marcus Vinícius durante o evento.
Analista da CVM, Margareth Noda, também realizou palestra na CVM-SP sobre pós-negociação no
mercado de valores mobiliários, com destaque para compensação e liquidação e depósito centralizado.
Para além do conhecimento
A Coordenação de Estudos Comportamentais e Pesquisa da Superintendência de Proteção e Orientação aos Investidores da CVM (COP/SOI) organizou, na sede da Autarquia, no Rio de Janeiro, palestra sobre estratégias de intervenção no comportamento de poupança. Durante o evento, foi destacada pesquisa preliminar realizada pela equipe sobre o uso de ‘insights’ da psicologia e de outras ciências comportamentais para compreender comportamentos econômicos.
Assim, foram exemplificados trabalhos de vanguarda que utilizaram fundamentos teóricos comportamentais para incentivar comportamentos de poupança e a tomada de decisões financeiras conscientes.
Diante desse trabalho, a CVM lançou relatório destinado a esse tema (link para site externo), que exibe revisão bibliográfica de teorias da psicologia formuladas para compreender os mecanismos envolvidos na mudança de comportamento, bem como barreiras e vieses que impedem a adoção de comportamentos financeiros desejáveis.
“O material é um dos primeiros resultados do projeto da CVM Educação Financeira para além do conhecimento, que focará no desenvolvimento de produtos educacionais por meio de pesquisas e intervenções para estimular a formação de poupança a mulheres de renda intermediária que possui potencial de poupança. Os objetivos específicos denotaram não apenas em compreender o comportamento de poupança dos brasileiros, mas também utilizar métricas de avaliação psicológica para estudar o comportamento de poupança e avaliar o impacto dos produtos educacionais. Além disso, foram realizados levantamentos bibliográficos referentes as principais intervenções e incentivo a comportamento de poupança, no qual integram a Economia Comportamental e Educação Financeira pertinentes as interfaces entre Psicologia e Economia, juntamente com as principais teorias de mudança de comportamento”, comentou Renata Massalai (foto abaixo), profissional da COP/SOI.
Durante palestra, a falta de autocontrole, excesso de confiança, contabilidade mental, influências sociais e falta de saliência para o tema da poupança foram mencionadas como as principais barreiras psicológicas apontadas pelo estudo, que desfavorecem a formação de reservas financeiras.
Destaques do relatório
- Entre os programas de educação financeira que trabalharam os vieses na tomada de decisão de poupança, destacam-se os produtos com comprometimento “rígido” e “leve” testados nas Filipinas, EUA, Chile e outros países.
- Mecanismos de inscrição automática, sobretudo em planos de aposentadoria complementar, foram aparentemente bem-sucedidos em incentivar a constituição de reservas de longo prazo.
- Pequenos lembretes e regras de bolso são ferramentas que podem aumentar a saliência do comportamento de poupança e a aplicabilidade dos conhecimentos financeiros transmitidos, respectivamente.
- Intervenções educativas oferecidas nos momentos importantes da vida financeira do indivíduo, como o recebimento do primeiro salário ou o lançamento de novo sistema de previdência, costumam ter maior eficácia.
“A CVM deseja alcançar melhor a população de renda intermediária e este trabalho representa o esforço para compreender as barreiras e vieses que prejudicam o comportamento nessa esfera, por meio de revisão da literatura científica. O estudo também descreve as principais intervenções educacionais ao redor do mundo que visaram a aumentar os níveis de poupança, com foco no mesmo público-alvo que a CVM pretende abordar em seu projeto. O problema da baixa taxa de poupança das famílias é complexo e para elaborar solução efetiva é fundamental entender seus aspectos comportamentais.” – comentou Frederico Shu, coordenador da COP/SOI.
Lançado folheto educacional com regras úteis para a tomada de decisão de investimento consciente
Em mesmo evento, também foi promovido o novo folheto da CVM Regras de ouro do bom investidor (link para site externo), elaborado em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito – SPC Brasil. Nele, são frisadas atividades primordiais no momento de investir:
1. Reorganize seu orçamento: saiba quanto pode guardar todo mês, programando a retirada automática dos recursos de sua conta se possível.
2. Entenda seu objetivo: os investimentos devem ter três objetivos claros: imprevistos, sonhos e aposentadoria.
3. Nivele sua disposição ao risco: o poupador deve entender se o risco da aplicação é adequado à situação financeira, à finalidade da reserva e à sua personalidade, seja ela arrojada ou conservadora.
4. Diversifique e acompanhe sua carteira: repare se seus investimentos estão convergindo para as suas expectativas e faça ajustes se necessário.
5. Esteja atento: busque informações e novidades em relação aos investimentos disponíveis.
6. Respeite o tempo: tenha determinação, paciência e disciplina. São os depósitos regulares e o efeito dos juros no tempo que farão sua reserva financeira crescer.
Quer saber mais o que vem por aí? Fique de olho na Agenda Oficial da WIW 2017 (link para site externo)!
Sobre a WIW 2017
A Semana Mundial do Investidor ocorrerá até 8/10 e é projeto pioneiro da IOSCO e faz parte da agenda de atividades do C8, presidido atualmente pela CVM. O objetivo é promover diversas atividades com foco no estímulo à conscientização e à educação financeira do investidor, como concursos, palestras, conferências e campanhas.
O evento, que conta com o apoio do G20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia) e da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), acontecerá simultaneamente em mais de 70 países.
No Brasil, entidades membro da IOSCO como a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) e a BSM Supervisão de Mercados da B3 – Brasil, Bolsa, Balcão, contribuem com a organização da Semana.
Mais informações
Acesse o site oficial da WIW 2017 (link para site externo).
Com informações da assessoria de imprensa da CVM