A Neoenergia (NEOE3) divulgou recentemente sua prévia operacional do quarto trimestre de 2023, revelando um aumento significativo nos volumes de energia injetados, conforme destacado em análise realizada pela equipe do banco BTG Pactual. Segundo o relatório, houve um crescimento de 10,1% ano a ano, ajustado para 8,3% ao considerar o consumo de geração distribuída, que subiu expressivos 55% ano a ano.
Crescimento nas Concessões: Um Olhar Detalhado
As cinco concessões da empresa registraram aumentos anuais nos volumes, com destaque para Coelba (13,6% a/a), CEB (8,8% a/a) e Elektro (8,4% a/a), sendo estas duas últimas localizadas na região Sudeste do Brasil. Enquanto Celpe apresentou um aumento mais modesto de 3,1% a/a, a Cosern teve um crescimento de 0,9% a/a.
Segmentação da Demanda: Residencial, Industrial e Comercial
Observou-se maior demanda no segmento residencial em todas as concessões, em especial na Elektro (15,3% a/a) e na CEB (10,6% a/a). A demanda industrial e do mercado livre também registrou crescimento em todas as distribuidoras, com destaque para a CEB (13% a/a). No segmento comercial, a Elektro teve um aumento notável de 8,8% a/a, e a demanda rural cresceu impressionantes 42,7% a/a na Coelba.
Geração de Energia: Entre Altos e Baixos
A geração consolidada de energia da Neoenergia sofreu uma queda de 23,1% a/a. Esse declínio foi impulsionado, principalmente, pela redução de 60,4% a/a na geração hídrica, devido a fatores como menor despacho pelo operador do sistema (ONS), menores
precipitações e a conclusão da permuta de ativos com a Eletrobras. Entretanto, a geração eólica aumentou expressivos 37,2% a/a, beneficiada por condições de vento favoráveis e a entrada em operação do parque eólico Otis. Além disso, a geração solar teve um aumento de 8% em relação ao ano anterior, impulsionada pela entrada em operação da usina solar de Luzia.
Desempenho da Termope e Perspectivas Futuras
Notavelmente, após quase dois anos sem despacho, a Termope gerou 85GWh. A empresa se beneficiou de compras no mercado spot e de preços spot mais baixos em relação ao seu custo ao longo do período. Esses fatores, combinados com o crescimento sólido em várias áreas, sustentam a recomendação de compra da Neoenergia pela equipe do BTG Pactual, com um preço-alvo estipulado em R$ 29,00 por ação.