Nesta segunda-feira (5), a Apple anunciou, durante abertura da Worldwide Developers Conference (WWDC 23), seu primeiro dispositivo de realidade mista, o Apple Vision Pro. Os óculos de realidade aumentada possuem 12 câmeras que rastreiam o ambiente ao redor, 6 microfones e funções para ajustes no grau de imersão. Entretanto, o mercado não recebeu a novidade da empresa com entusiasmo.
No dia do anúncio, as ações da Apple (AAPL) encerraram o pregão com uma queda de 0,76%, negociadas a US$ 179,58 na bolsa americana Nasdaq. Já nesta terça-feira, às 14h30, a empresa registrava queda de 0,73%, com os papéis a US$ 178,26.
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De acordo com matéria publicada no jornal americano Los Angeles Times, em vez de simplesmente posicionar os óculos como mais um veículo para explorar mundos virtuais ou assistir a entretenimento mais imersivo, a Apple apresentou o Vision Pro como o equivalente a possuir uma TV de ultra alta definição, sistema de som surround, câmera de alta qualidade e câmera de última geração, tudo em um único dispositivo. “Eles trabalharam duro para tornar este fone de ouvido o mais integrado ao mundo real possível com a tecnologia atual, mas ainda é um fone de ouvido”, apontou o analista da Insider Intelligence, Yory Wurmser.
Assim que for lançado no início do próximo ano, o Vision Pro será comercializado por US$ 3.500. “É uma peça impressionante de tecnologia, mas foi quase como uma provocação”, comentou o analista da Gartner, Tuong Nguyen.
O dispositivo foi comparado ao antigo Google Glass, lançado em 2014 e visto como um grande fracasso da empresa. O co-fundador do Google, Sergey Brin, inicialmente criou entusiasmo em torno do dispositivo, com uma manobra de paraquedismo durante uma conferência de tecnologia, mas os consumidores rapidamente se desinteressaram.
O produto permitia aos usuários tirar fotos e vídeos furtivamente, gerando desconforto em quem estava interagindo com eles. A reação negativa foi tão intensa que as pessoas que usavam o equipamento passaram a levar o depreciativo apelido de “Glassholes” (misturando o nome do produto a um xingamento em inglês), levando o Google a retirar o produto alguns anos após seu lançamento.
Outra comparação feita ao novo produto da Apple foi com o HoloLens, dispositivo da Microsoft lançado em 2016, que também teve sucesso limitado.
Ao apontar o uso da inteligência artificial no produto, a Apple entra numa corrida na qual chegou após grandes players, como a Nvidia ou o boom do próprio ChatGPT, que conta com investimentos da Microsoft.
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Imagem: Justin Sullivan/Getty Images