A popularização do ChatGPT fez muitos profissionais se preocuparem em perder espaço em seus trabalhos para a tecnologia. Em entrevista feita à Harvard Gazette (portal de notícias oficiais da Universidade de Harvard), o professor, psicólogo e linguista Steven Pinker disserta sobre o ChatGPT ultrapassar escritores e pensadores.
Clique aqui para assinar a Newsletter gratuita sobre Inteligência Artificial no Mercado Financeiro.
Pinker vê o ChatGPT como uma ferramenta impressionante, que ainda terá vários aprimoramentos, assim se tornando menos propensa a erros.
A tecnologia é capaz de responder instantaneamente perguntas (e até mesmo compor textos em diversos gêneros) em uma variedade de áreas. Além disso, o ChatGPT é capaz de aprender continuamente e aprimorar suas respostas.
Pinker tem algumas reflexões próprias sobre se devemos nos preocupar com o potencial do ChatGPT de substituir os humanos como escritores e pensadores. “É impressionante como o ChatGPT consegue gerar prosa plausível, relevante e bem estruturada, sem qualquer entendimento do mundo — sem metas explícitas, fatos representados de forma explícita ou outras coisas que poderíamos ter pensado serem necessárias para gerar uma prosa que soe inteligente”, comenta.
O profissional acredita que, apesar da ferramenta criar textos impressionantes, ela não funciona da mesma maneira que a mente humana. “Estamos lidando com uma inteligência alienígena capaz de proezas impressionantes, mas não da mesma maneira que a mente humana. Não precisamos ser expostos a meio trilhão de palavras de texto para falar ou resolver problemas”, opina.
Questionado sobre o uso do ChatGPT em sala de aula, o professor se mostrou despreocupado. “Não sou ingênuo; sei que alguns estudantes de Harvard podem ser mentirosos descarados, mas não acredito que sejam muitos. Além disso, pelo menos até agora, muitas das saídas do ChatGPT são fáceis de desmascarar, porque misturam citações e referências que não existem”, aponta.
Durante a entrevista, Pinker também foi perguntado sobre a possibilidade dos humanos serem substituídos pelos sistemas de IA. Essa é uma perspectiva equivocada. “Não há uma escala unidimensional de inteligência que englobe todas as mentes concebíveis. Claro, usamos o QI para medir diferenças entre os seres humanos, mas isso não pode ser extrapolado para cima, até um dedutor de tudo, simplesmente porque seu conhecimento sobre a realidade empírica é limitado pelo que pode observar. Não existe um algoritmo maravilha onisciente e onipotente: existem tantas inteligências quanto existem metas e mundos”, respondeu.
Clique aqui para assinar a Newsletter gratuita sobre Inteligência Artificial no Mercado Financeiro.
Imagem: Freepik