O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou hoje que há elementos novos, com a diretoria apresentando a melhoria da oxigenação financeira da empresa, refletindo o aumento do valor do dólar e do brent, e que o Conselho de Administração deve considerar isso para tomar a sua decisão sobre a distribuição de dividendos, que acontecera na Assembleia da companhia na próxima quinta-feira (25). As declarações de aconteceram no Seminário Brasil Hoje, organizado pelo Esfera Brasil.
“Apesar da autonomia do Conselho, é preciso ver a questão econômica e de necessidades fazendárias para tomar uma decisão final sobre a distribuição de dividendos”, explicou o ministro. Silveira disse que há uma tendência, neste momento, diante de um quadro mais positivo para a Petrobras de uma avaliação mais pormenorizada por parte do Conselho.
O ministro ressaltou ainda que a Petrobras tem a sua governança, e ela é respeitada. “O Brasil tem segurança jurídica e é um solo fértil para investimento. Mas precisamos oferecer estabilidade para o investimento, pois o capital privado é fundamental para podermos alavancar o crescimento nacional”, ponderou Silveira, que lembrou que todo investidor que investe na Petrobras sabe que ela é comandada pelo governo.
“A companhia precisa ser atrativa para o investidor, mas precisa cumprir o seu dever com o povo brasileiro. Por exemplo, não pode abandonar, a política de gás. Temos 30% de ociosidade da nossa indústria química nacional, e a minha obrigação como gestor é cobrar e ajudar a Petrobras a executar o seu plano estratégico.”
Sobre a relação com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, Silveira enfatizou que todo cargo de confiança, inclusive o meu, desta estar à disposição do presidente da República. “É o presidente Lula quem decide quem sai e quem entra. A permanência ou não de qualquer membro do governo, e da alçada, única e exclusivamente, do presidente Lula.”
Petrobras
Na última sexta-feira, a estatal informou que o Conselho de Administração (CA) da companhia, em continuidade ao seu processo de esclarecimento sobre a destinação do lucro remanescente do exercício de 2023 e a possibilidade de distribuição de dividendos extraordinários, durante a apresentação de acompanhamento da execução do Plano Estratégico 2024-2028, tomou conhecimento das explicações e dados apresentados pela Diretoria Financeira e de Relacionamento com Investidores.
“Considerando cenários dinâmicos, como a evolução do Brent, do câmbio e outros fatores, o CA entendeu, por maioria, serem satisfatórios os esclarecimentos e atualizações sobre a financiabilidade da companhia no curto, médio e longo prazo e da preservação da governança, de modo que eventual deliberação pela Assembleia Geral Ordinária (AGO), marcada para o dia 25/04/2024, distinta da proposta da Administração de 07/03/2024, que distribua, a título de dividendos extraordinários, até 50% do lucro líquido remanescente (após as alocações às reservas legais e o pagamento de dividendos ordinários), não comprometeria a sustentabilidade financeira da companhia; eventual distribuição dos 50% remanescentes pela companhia, a título de dividendos intermediários, será avaliada pelo CA ao longo do exercício corrente”, detalhou o comunicado da companhia.
Emerson Lopes / Safras News
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