O dólar iniciou a semana com estabilidade no mercado doméstico de câmbio, mesmo com perdas da moeda americana no exterior. Os investidores adotaram uma postura cautelosa devido à agenda esvaziada e à espera da decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, na quarta-feira (1). Nesse dia, o mercado local estará fechado devido ao feriado do Dia do Trabalho.
No final da sessão, a moeda teve leve queda de 0,02%, cotada a R$ 5,11.
Movimentações do dólar
O dólar à vista teve variação mínima entre a mínima (R$ 5,1029) e a máxima (R$ 5,1205), fechando cotado a R$ 5,1153 (-0,02%). Operadores relatam que o pregão foi marcado por ajustes finos de posições, após a moeda ter recuado 1,60% na semana passada. No mês, acumula ganhos de 1,99%.
Apesar da estabilidade, o segmento futuro teve bom volume para uma segunda-feira, com o contrato de dólar futuro para maio girando mais de US$ 14 bilhões.
Índice DXY recua e real tem desempenho inferior
O índice DXY, que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, recuava 0,30% no fim da tarde, impulsionado pelo avanço do iene japonês. Este último se recupera de mínimas em mais de três décadas, havendo especulações sobre intervenção do governo no câmbio. O real teve o pior desempenho no grupo das moedas latino-americanas hoje, enquanto peso chileno e colombiano apresentaram alta de mais de 0,90%.
Expectativas em relação ao Fed e ao dólar
Os investidores aguardam a decisão do Federal Reserve, esperando que a taxa básica de juros seja mantida na faixa entre 5,25% e 5,50%. As atenções se voltam para o comunicado da decisão e para a entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell. O mercado ainda trabalha com expectativas divididas em relação à cortes de juros neste ano.
Ambiente externo e quadro fiscal influenciam o real
Analistas destacam que o ambiente externo continua influenciando a taxa de câmbio, mas a preocupação com o quadro fiscal brasileiro também é relevante. Tensões entre o Planalto e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, aumentaram após decisão favorável do Supremo Tribunal Federal ao fim da desoneração da folha de pagamentos.
Além disso, o Governo Central apresentou déficit primário em março e um superávit acumulado no ano, considerado o pior desde 2020.