O resgate do setor industrial é fundamental para fortalecer a economia do Brasil, pois além de gerar riquezas, progresso tecnológico e empregos, o país pode produzir bens de maior valor agregado, com possibilidade de aumentar a sua competitividade global e criar independência nacional.
Em 2022, a indústria respondeu por 23,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, um número bem distante do que o setor já representou, quando respondia por quase a metade do PIB, 46% em 1985, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Ao longo das últimas três décadas, muitas empresas deixaram o país em busca de condições de produção mais favoráveis, com isso, a indústria brasileira perdeu potencial produtivo e oportunidades de competir no mercado global.
Porém, este é o momento em que as cadeias logísticas globais se reorganizam no cenário pós-pandemia. Pode ser a ocasião oportuna para o país atrair indústrias novamente.
Esse foi o foco do evento realizado pela ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), em Brasília, na segunda semana de abril, que teve como tema “Avanços da Infraestrutura e Reindustrialização”.
O evento foi aberto pelo vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, que estava ao lado do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e do 1º vice-presidente do Senado, senador Veneziano Rego, simbolizando a união dos poderes, além do presidente do Conselho de Administração da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), André Clark.
“O Brasil vai crescer com sustentabilidade. A pergunta sempre foi: onde fabrico bem e barato? Agora é onde fabrico bem, barato e consigo compensar emissão de carbono? É o Brasil. O Brasil é o grande protagonista desse momento de combate às mudanças climáticas e de avanço das energias renováveis”, ressaltou Alckmin.
De acordo com o vice-presidente, para alavancar o setor industrial é preciso reduzir os juros e implementar uma reforma tributária, que deve ser votada ainda no primeiro semestre deste ano pelo Congresso Nacional.
Em relação aos juros, ele disse acreditar que as taxas irão cair diante da queda da inflação e do dólar. Alckmin ainda destacou que será lançado o Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial, que irá debater propostas com a cadeia produtiva e sociedade civil.
Nos oito painéis que se seguiram, foram discutidos temas relevantes a serem abordados no planejamento e investimento na recuperação da infraestrutura brasileira e “neoindustrialização” conceito introduzido por Alckmin. A Transição Energética, por exemplo, foi foco dos debates dos representantes das agências reguladoras presentes e pela diretora do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Outro tema abordado foi a Segurança Jurídica na Infraestrutura, apresentado pelo Presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas, pelo Secretário de Reformas Econômicas, Marcos Barbosa e pelo advogado Francisco Costa e Silva. As questões ambientais e sociais também foram levantadas, notadamente no painel de Saneamento e tratamento dos resíduos sólidos.
Além disso, houve participação de companhias abertas de diversos setores, que apresentaram ou debateram nos painéis temáticos, como CCR, Eletrobras, Santos Brasil, Weg, CPFL, AEGEA, Solvi Part, Hitachi Energy e Engie.
Por fim, na abordagem do financiamento, os bancos estatais BNDES e Caixa, e a IFC (International Finance Corporation, ligada ao Banco Mundial) apresentaram seus planos para o setor e respectivas linhas de crédito, sendo que muitos palestrantes destacaram a importância do mercado de capitais no financiamento, seja através de debêntures, private equity ou mercado acionário. Entendo a importância do tema para o mercado de capitais, a APIMEC Brasil (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Brasil) foi uma das entidades participantes, com a sua presidente executiva, Lucy Sousa.
Com informações da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)
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