São Paulo, 20 de abril de 2023 – As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros
(DI) seguem caindo puxadas pelo exterior, especialmente os Estados Unidos. Os índices passaram a
cair mais forte depois da divulgação dos números de vendas de imóveis residenciais usados, que
vieram abaixo do esperado, além dos pedidos de seguro-desemprego, acima do estimado. Além disso, a
atividade industrial regional, medido pela Filadélfia, caiu dois dígitos ante o mês anterior.
As vendas de imóveis residenciais usados dos Estados Unidos caíram 2,4% em março ante fevereiro,
para 4,44 milhões, segundo Associação Nacional dos Corretores de Imóveis (NAR, na sigla em
inglês). A previsão era de queda de 2,0% em março. O número de novos pedidos de
seguro-desemprego subiu em 5 mil solicitações na semana encerrada em 15 de abril, totalizando 245
mil, conforme o Departamento do Trabalho.Para completar o cenário,o índice de atividade industrial
regional medido pelo Federal Reserve Bank da Filadélfia caiu de -23,2 pontos em março para -31,3
pontos em abril. Números positivos indicam expansão da atividade, enquanto valores negativos
apontam contração. O mercado previa alta para -19,9 pontos.
Apesar de um novo aumento das taxas de juros esperado na próxima reunião do Fed já estar
precificado, os dados da economia norte-americana vieram abaixo do esperado e mexeram com o mercado
de DI.
O economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, deu um breve panorama de como o mercado de taxas
DI tem se comportado desde antes de abrir o pregão. "Nós acordamos hoje com um dia um pouco mais
leve, lá fora um dia esquisito: bolsas caindo, taxas de juros praticamente de lado Já estava
morno.." disse. "Aí tivemos indicadores dos EUA às 9h30 – ambos bem ruins, reforçando a ideia de
desaceleração da economia norte-americana."
Segundo ele, tem sido complicado fazer análise econômica, porque a economia emite sinais para os
dois lados: uma hora parece que está se recuperando e outras parece que está entrando em
recessão. "De maneira geral, os dados de hoje reforçam essa percepção de quedadas taxas de juros
lá fora e a gente aproveitou desse movimento, já que o leilão do Tesouro não foi significativo."
Por isso, Borsoi aposta mais em um movimento de correção, depois de uma alta significativa dos
últimos dias, calcado nos dados mais fracos lá fora, que acabaram derrubando os juros
internacionais e o dólar. "Essa combinação de queda de juros lá fora e dólar é positiva para
as nossas taxas", concluiu o especialista.
Por volta das 15h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,240% de
13,275% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,975 % de 12,100 %, o DI
para janeiro de 2026 ia a 11,790 %, de 11,925%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,945% de
12,060 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em baixa, cotado a R$ 5,0430
para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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