O abacate, conhecido por ser um superalimento por suas ricas qualidades nutricionais, inclusive fibras e gorduras saudáveis, vem enfrentando uma séria ameaça devido ao avanço das mudanças climáticas. Este relatório detalha como a necessidade de grandes quantidades de água para o seu cultivo pode se tornar um calcanhar de Aquiles em um clima global cada vez mais quente e seco.
Que medidas são propostas para adaptar a cultura do abacate às mudanças climáticas?
Diante do cenário preocupante, a Christian Aid tem pressionado por comprometimentos governamentais urgentes para a redução das emissões de gases estufa e uma transição energética acelerada. Ademais, é necessário um aumento do apoio financeiro às comunidades agrícolas que dependem do abacate, permitindo-lhes investir tanto em técnicas de agricultura sustentável quanto em infraestrutura que mitigue os impactos da crise climática.
Mariana Paoli, líder global de advocacia da Christian Aid, ressalta: “Apesar de seus benefícios, o abacate sofre severamente com as mudanças climáticas. É essencial oferecer mais ajuda às comunidades agrícolas em países em desenvolvimento, que já estão na linha de frente desta emergência climática.“
Como a falta de abacate afetam a economia global
O abacate é uma commodity valiosa e amplamente consumida em todo o mundo, especialmente em países como os Estados Unidos e a União Europeia. Se a oferta de abacate diminui devido a condições climáticas adversas, os preços podem aumentar, afetando os consumidores e as empresas que dependem do abacate para seus produtos.
Isso pode impactar negativamente a renda dos agricultores e trabalhadores envolvidos na produção e distribuição de abacate, bem como afetar as economias locais desses países.
Como a exigência hídrica do abacate o torna vulnerável?
Cada abacate requer, em média, cerca de 320 litros de água para crescer. Diante dos desafios impostos por padrões climáticos alterados e recursos hídricos limitados, essa demanda coloca o abacate em uma posição particularmente vulnerável. Honor Eldridge, especialista em alimentos sustentáveis, destaca que o custo crescente na produção de abacates não apenas eleva os preços ao consumidor mas também desafia diretamente a sustentabilidade da cultura do abacate, ameaçando seu cultivo em grande escala.
Quais países são mais afetados pela crise do abacate?
O estudo recente divulgado pela Christian Aid aponta os principais países produtores – incluindo México, Chile e Espanha – como testemunhas da queda na produção de abacate. Esta redução está diretamente ligada ao aumento das temperaturas e à irregularidade das chuvas, aspectos associados às mudanças climáticas. O México, líder global na exportação de abacates, pode enfrentar uma diminuição de até 31% nas zonas adequadas para cultivo até 2050 se as condições climáticas globais continuarem se deteriorando.