O dólar encerrou o dia em leve alta de 0,05%, cotado a R$ 5,10, após uma sessão marcada por volatilidade. O avanço da moeda americana refletiu a cautela dos investidores em relação aos próximos passos da política monetária do Federal Reserve (Fed).
No início do dia, o dólar chegou a cair abaixo de R$ 5,10, influenciado pela valorização do minério de ferro e pelo ajuste de posições futuras. Contudo, o real perdeu força ao longo da tarde, com a taxa de câmbio refletindo prêmios de risco associados à situação fiscal do país e às expectativas de inflação, conforme divulgado no Boletim Focus.
Influência externa e expectativa de ata do Fed
No cenário internacional, o índice DXY, que mede a performance do dólar frente a seis moedas fortes, registrou uma leve alta, alcançando 104,649 pontos. Comentários cautelosos de dirigentes do Fed sobre a política monetária contribuíram para a manutenção da rigidez do dólar no mercado doméstico.
Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust, destacou que a ausência de indicadores econômicos relevantes nos EUA nesta segunda-feira e na terça-feira leva os investidores a uma postura mais cautelosa. A expectativa é pela divulgação da ata do Fed na quarta-feira (22), que deve reforçar o tom conservador do banco central americano sobre a queda dos juros.
Impacto da política monetária do Fed
Dirigentes do Fed, como Mary Daly e Loretta Mester, reiteraram a necessidade de mais confiança no processo de desinflação antes de ajustar a taxa de juros. Daly afirmou que ainda não há evidências de um recuo sustentado da inflação, enquanto Mester destacou que o Fed pode manter ou aumentar os juros se necessário.
Projeções domésticas
No Brasil, o Boletim Focus elevou as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,76% para 3,80% em 2024, e de 3,66% para 3,74% em 2025. A projeção para a taxa Selic em dezembro subiu de 9,75% para 10%. Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central, adotou uma postura conservadora em reuniões com investidores, enfatizando que o BC atuará contra a desancoragem das expectativas.
Para o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, “grande parte do mercado já está cravando 10% na Selic ao final de 2024, A dúvida é como serão os cortes nas próximas reuniões”.
*Com informações da Agência CMA









