Recentemente, um estudo internacional realizado por entidades como a World Weather Attribution e o Climate Central trouxe dados alarmantes: nos últimos meses, as temperaturas globais têm apresentado recordes históricos. Este fenômeno, evidenciado de junho de 2023 a abril de 2024, atingiu mais de 160 países, exposendo mais de 6 bilhões de pessoas a temperaturas jamais vistas nas últimas três décadas.
O Brasil, em particular, experimentou um aumento drástico e preocupante. Foram registrados 83 dias de temperaturas extraordinariamente altas, muito acima da média mundial de 26 dias. Isso nos coloca quase três vezes acima da média eventualmente experimentada por outros países no mesmo período.
Por que estamos enfrentando tanto calor?
A principal resposta para essa questão é: mudanças climáticas causadas pela intervenção humana, predominantemente a queima de combustíveis fósseis. Desde a Revolução Industrial, iniciada há mais de dois séculos, a utilização de carvão, petróleo e outros combustíveis fossilizados intensificou-se, elevando a concentração de CO2 na atmosfera em mais de 50% até hoje.
Quais regiões foram mais afetadas?
O estudo aponta que os países próximos à linha do Equador foram os mais castigados. Nações como Suriname e Equador enfrentaram, respectivamente, 182 e 180 dias de calor extremo. Outros como Guiana, El Salvador e Panamá também sofreram com temperaturas altíssimas, refletindo a intensidade crescente desses episódios à luz das mudanças climáticas.
Impactos das ondas de calor no Brasil
- Ondas de Calor: Nos últimos tempos, houve quase sete vezes mais incidência deste fenômeno, que estão se prolongando por períodos cada vez maiores.
- Temperaturas Elevadas: Mesmo em períodos que tradicionalmente deveriam ser mais frescos, como o mês que antecede o inverno, algumas cidades brasileiras registraram temperaturas até 8°C acima da média.
- Extremos Climáticos: Enquanto o Norte do país enfrentava uma seca rigorosa, o Sul foi devastado por fortes chuvas, impactando de maneira severa a população dessas regiões.
El Niño e o aquecimento global
O fenômeno El Niño, que periodicamente aquece as águas do Oceano Pacífico e altera padrões de chuva e temperatura, foi observado neste ano. Entretanto, especialistas apontam que, apesar de ser um fenômeno natural, o aumento atípico das temperatura está diretamente relacionado às mudanças climáticas. Sem a influência exacerbada dessas mudanças, o Brasil teria vivido 18 dias a menos de calor extremo.
Os números são claros e exigem reflexão. As mudanças climáticas são uma realidade que afeta o mundo inteiro e exige ações imediatas. A conscientização sobre o uso de combustíveis e a busca por alternativas mais sustentáveis são, mais do que nunca, essenciais para o futuro do nosso planeta.