O dólar abriu esta quarta-feira (13) com uma desvalorização de 0,42%, sendo cotado a R$ 5,77 para venda no mercado à vista. A queda da moeda norte-americana é atribuída principalmente à expectativa do mercado para a divulgação dos dados de inflação de outubro nos Estados Unidos. No cenário doméstico, o atraso no anúncio do pacote fiscal também pesou contra a alta do dólar.
No mercado futuro, o contrato com vencimento em dezembro de 2024 também recuava, mas de forma mais sutil, com uma leve queda de 0,02%, fixado em R$ 5.755,500.
Após a divulgação dos dados de inflação dos Estados Unidos, às 11h55 (horário de Brasília), o dólar registrava sinais de recuperação, com alta de 0,62%, a R$ 5,78.
Inflação ao consumidor (CPI) dos EUA
Os dados sobre a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA mostraram um aumento de 0,2% em outubro, ante setembro, em linha com as projeções do mercado, reforçando o corte de juros e apoiando as bolsas locais.
O Núcleo do CPI subiu 0,3% pelo terceiro mês, no consenso, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Departamento do Trabalho norte-americano (com ajuste sazonal). Na base anual, o núcleo registrou alta de 3,3%, também dentro da previsão do mercado.
Já a medida cheia teve uma alta de 0,2% pelo quarto mês e subiu 2,6% ano a ano, marcando a primeira aceleração em uma base anual desde o mês de março.
Com esses números, o Federal Reserve (Fed) deve se manter em cautela em relação à redução dos custos de empréstimos nos próximos meses.
Impactos do CPI sobre as Bolsas e juros
Após a divulgação do CPI, os futuros de Nova York viraram o sinal, com Dow Jones registrando alta de 0,09%; o S&P subindo 0,14% e o Nasdaq avançando 0,07%. Na contramão, o DXY acentuou a queda em 0,25%, aos 105,759 pontos.
Os Treasuries seguiram na mesma linha, com os rendimentos mais curtos atingindo novas mínimas, com o da Note de 2 a 4,27%, de 4,35%; e o da Note de 5 a 4,25%, de 4,31%.
Com os dados de inflação, a chance de manutenção das taxas na faixa 4,50%-4,75% cai de 41,3% a 24,3%.
Na contramão dos principais índices de Nova York, o Ibovespa, que já vinha sem fôlego com as preocupações fiscais, registrou queda de 0,43%, aos 127.154,66 pontos, atingindo a mínima do dia; enquanto o dólar registra a máxima, em alta de 0,25%, cotado a R$ 5,78, levando à piora dos ativos domésticos.
Perspectivas para o mercado cambial
Analistas continuam monitorando as movimentações dos ativos internacionais e as expectativas em relação ao pacote fiscal nos Estados Unidos, ainda em discussão. Esse pacote fiscal, se aprovado, também poderá influenciar o câmbio, pois envolve gastos governamentais que podem pressionar a inflação.
Segundo Skyler Weinand, do Regan Capital, os resultados da eleição passada somado às políticas fiscais do novo governo podem levar ao aumento da inflação. “O Fed logo entrará em modo de esperar para ver quando se tratar de decisões sobre taxas de juros”.
*Com informações da agência de notícias CMA