O dólar abriu a primeira sessão de 2025, nesta quinta-feira (2) em leve queda de 0,10%, cotado a R$ 6,17, mas logo reverteu para alta de 0,10%, impulsionado pelo cenário de alta das commodities após o presidente chinês reforçar a promessa de recuperação da economia local. O discurso de Ano Novo de Xi Jinping nesta terça-feira (31) enfatizou que a China implementaria políticas mais proativas para promover o crescimento em 2025.
O movimento de alta do dólar também reflete a dinâmica negativa do real observada nas últimas semanas e a ausência de fatores que reduzam os prêmios de risco da moeda brasileira.
Apesar da atuação do Banco Central (BC) nos últimos dias com leilões cambiais, foi possível obter apenas um alívio pontual, sem solucionar as causas estruturais da desvalorização do real.
Por volta das 12h03 (horário de Brasília), a moeda norte-americana avançava 0,31%, a R$ 6,19.
Cenário global e influências no mercado
O mercado internacional também apresenta um cenário de oscilações. O DXY, índice que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, sobe 0,41%, aos 108,928 pontos. Esse movimento foi impulsionado pelos seguintes fatores:
- Atividade industrial chinesa abaixo das expectativas: Embora os índices PMI (indicador de atividade industrial) da China permaneçam acima dos 50 pontos — o que indica expansão —, os resultados foram mais fracos do que o esperado.
- Expectativa de políticas do governo Trump: A administração norte-americana sinaliza medidas que podem estimular o crescimento econômico e pressionar os preços, como cortes de impostos e tarifas comerciais.
Impactos para o mercado brasileiro
No Brasil, a combinação de baixa liquidez nos negócios e a falta de catalisadores que fortaleçam o real mantém o cenário de pressão no câmbio.
As cotações de commodities registram alta, reflexo do discurso do presidente chinês que reafirmou o compromisso com a recuperação econômica do país.
As ações da Petrobras acompanham a forte alta do petróleo e restringe perdas que poderiam ser ainda maiores no Ibovespa hoje; assim como a Vale, que valoriza 0,84%; sustentando o Ibovespa, que perde 0,32%, aos 119.894,11 pontos.
Juros futuros em movimento
Os juros futuros, que iniciaram a sessão em queda acompanhando os rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos, passaram a subir na ponta longa. Isso reflete a valorização do dólar e a incerteza sobre as perspectivas fiscais e monetárias no cenário doméstico.
A alta da moeda, no entanto, limita a baixa dos juros longos: os juros da note de 10 anos está em 4,54%.