Os preços do milho seguem em queda no mercado brasileiro nesta segunda-feira (18), pressionados pela expectativa de safra recorde no Brasil e no exterior.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o indicador baseado na região de Campinas (SP) fechou a R$ 63,26 por saca de 60 quilos na última sexta-feira (15), impactando as vendas com uma queda de 0,44% desde o início de agosto, conforme publicado pelo Globo Rural.
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Pressão externa impacta preços do milho
Segundo o Cepea, a desvalorização é influenciada principalmente pelo cenário externo, com a produção global recorde projetada, em especial nos Estados Unidos e no Brasil.
Sobre os preços praticados no mercado nacional também pesa a postura retraída dos compradores domésticos, que apostam em quedas mais expressivas de preços.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, essa estratégia está fundamentada no avanço da colheita, nas dificuldades de armazenamento diante da safra volumosa e na necessidade de venda por parte dos produtores para o pagamento de dívidas concentradas entre agosto e setembro.
Projeções dos EUA para a safra do milho
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a safra americana de milho 2025/26 atingirá 425,25 milhões de toneladas, um volume recorde. Para o Brasil, a expectativa é de 131 milhões de toneladas.
No agregado mundial, a produção deve chegar a 1,28 bilhão de toneladas, acima das 1,22 bilhão de toneladas registradas na temporada 2024/25.
No caso brasileiro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a safra 2024/25 alcance 137 milhões de toneladas, número 18% superior ao da temporada 2023/24. O volume representa também um recorde histórico.
Exportações são revisadas para cima
A Conab divulgou no 11º Levantamento de Safra, na última quinta-feira (14), a revisão da estimativa de exportação do milho da safra 2024/25.
O número passou de 36 milhões para 40 milhões de toneladas. Para a temporada 2023/24, a projeção é de 38,5 milhões de toneladas.
“Diante da projeção de maior disponibilidade de milho no mercado nacional na segunda safra e dos prováveis redirecionamentos de demanda internacional para o milho sul-americano, haja vista os atuais embates tarifários entre os Estados Unidos e importantes importadores do grão, é esperado um incremento nas exportações brasileiras”, avaliou a Conab.
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Revisões das demandas de consumo e estoques
O quadro de oferta e demanda do milho também foi ajustado. A Conab revisou para cima a previsão de colheita, de 131,9 milhões para 137 milhões de toneladas.
A projeção de consumo interno subiu de 89,9 milhões para 90,2 milhões de toneladas. Já os estoques finais foram recalculados de 9,55 milhões para 10,26 milhões de toneladas.