O Bitcoin (BTC) perdeu nesta terça-feira (25) o patamar dos US$ 90 mil, atingindo seu menor valor desde novembro do ano passado.
Nas últimas 24 horas, a desvalorização da criptomoeda chegou a 7,5%, tocando a marca de US$ 87 mil, enquanto no início da semana, analistas projetavam a possibilidade de chegar ao patamar dos US$ 102 mil e, posteriormente, US$ 107 mil.
Não somente o Bitcoin, mas todo o mercado de criptoativos foi abalado pelo anúncio de Donald Trump de que as tarifas comerciais sobre importações de seus principais parceiros comerciais, Canadá, México e China, vigorariam na próxima semana, conforme acordo. Desde a posse de Donald Trump, em janeiro, o Bitcoin já perdeu quase 20% de seu valor.
Outro fator importante que pesou sobre o mercado foi o maior ataque hacker da história, contra a corretora Bybit, que amargou a perda de US$ 1,5 bilhão em Ethereum na semana passada. O prejuízo atual da plataforma de exchange equivale a R$ 31 bilhões.
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Por volta das 15h30 (horário de Brasília) o Bitcoin recuava 7,13%, negociado a US$ 87.256,05. A criptomoeda ensaiou uma leve recuperação no final da tarde, mas ainda assim registra uma queda acima dos 4%, aos US$ 87.600. Confira abaixo a movimentação em tempo real:
Efeito Trump e hack histórico impacta criptomoedas
Além do Bitcoin, outras criptomoedas também sofreram fortes desvalorizações. O Ethereum (ETH), a segunda criptomoeda mais valorizada para capitalização de mercado, caiu mais de 11% nas últimas 24 horas e chegou a US$ 2.390 (R$ 13.800) na manhã desta terça-feira.
O Ethereum foi prejudicado especialmente pela perda atrelada ao ataque hacker à Bybit, considerado o maior hack da história das criptomoedas, atribuído ao Grupo Lazarus, organização de hackers que opera em esquema de phishing para aplicar golpes milionários.
No último sábado (22) a Bybit anunciou uma recompensa de 10% do valor total recuperado para quem conseguir ajudar no processo.
Já a Solana (SOL) e o XRP, da Ripple Labs, registraram perdas superiores a 12%, na esteira da desvalorização global do mercado de criptoativos.
Macroeconomia pressiona Bitcoin
A recente desvalorização do Bitcoin contraria o apetite por risco que impulsionou os mercados no período que antecedeu a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e vai ganhando força em meio ao cenário macroeconômico incerto e preocupações com a política comercial dos Estados Unidos.
A imposição de novas tarifas comerciais e um clima de tensão geopolítica têm afastado investidores de ativos de risco, como as criptomoedas, enquanto o ouro, considerado a reserva de valor mais tradicional do planeta, segue renovando recordes, a US$ 2.956.
Segundo Adrian Przelozny, CEO da exchange Independent Reserve, “a queda no preço do Bitcoin provavelmente está relacionada à incerteza macroeconômica mais ampla, que impactou os mercados financeiros nos últimos dias, especialmente devido às tarifas anunciadas pelo presidente Trump”.
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Impacto no mercado de derivativos
O movimento de queda também afetou o mercado de derivativos. Dados da plataforma CoinGlass mostram que mais de US$ 1,34 bilhão em apostas otimistas sobre a alta do Bitcoin foram liquidadas nas últimas 24 horas, segundo publicação do InfoMoney.
Esses números revelam que traders que investiram na alta do ativo tiveram suas posições forçadas a fechar devido à queda abrupta dos preços.
Polêmicas com memecoins agravam sentimento do mercado
Polêmicas envolvendo memecoins ligadas a figuras políticas como Donald Trump e o presidente da Argentina, Javier Milei, contribuíram para a volatilidade do setor.
O token $TRUMP, lançado pouco antes da posse do presidente norte-americano, perdeu mais de 80% do seu valor desde seu pico, levantando dúvidas sobre a viabilidade de iniciativas cripto apoiadas por políticos, segundo dados do CoinGecko.
De outro lado, o lançamento do $LIBRA e sua divulgação pelo presidente Javier Milei em sua conta pessoal na rede X como uma promessa de projeto de financiamento para pequenas empresas argentinas e incentivo à economia abalou os mercados.
Logo após a divulgação, a Libra perdeu valor drasticamente, causando prejuízos a cerca de 40 mil investidores e provocando até mesmo uma crise política na Argentina.
O ocorrido levantou suspeita do famoso golpe chamado “puxada de tapete”, terminando em uma investigação pelo Departamento de Justiça americano, pelo Ministério Público argentino e até mesmo um pedido de impeachment.
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Perspectivas para o Bitcoin e mercado cripto
A recente turbulência acendeu um alerta entre analistas. O JP Morgan, por exemplo, apontou que a queda na demanda institucional por contratos futuros de Bitcoin e Ethereum como um sinal negativo para o mercado de criptomoedas e pode sinalizar novas desvalorizações no curto prazo.
Na última quinta-feira (20), especialistas indicavam que o próximo suporte crítico da criptomoeda seria em torno de US$ 91.500. Caso esse nível fosse rompido, o preço poderia cair ainda mais, chegando a patamares vistos no primeiro semestre de 2024.
Por outro lado, ressaltaram o crescente interesse de fundos soberanos e instituições financeiras no mercado cripto capazes de ajudar a conter perdas e promover maior estabilidade ao setor.