A adoção de criptomoedas por investidores de alta renda (normalmente com mais de R$ 500 mil para investir) tem crescido constantemente no Brasil, impulsionada pelo interesse em diversificação, proteção de patrimônio e uma excelente oportunidade para a aposentadoria.
A avaliação é unânime entre os especialistas ouvidos pelo Monitor do Mercado, que apontam uma mudança estrutural no perfil dos investidores mais ricos e nas estratégias de gestão patrimonial.
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Diversificação como estratégia para investir em criptomoedas
Para Francis Wagner, head de criptomoedas da Hurst Capital e CEO da Borum Finance, investidores de alta renda buscam nas criptomoedas diversificação e acesso a novas oportunidades de mercado.
“Esse público vê as criptomoedas como uma classe de ativos com baixa correlação em relação aos mercados tradicionais e como forma de exposição a inovações tecnológicas que podem se tornar estruturais nos próximos anos”, afirmou.
Para ele, o perfil sofisticado desses investidores permite lidar melhor com a volatilidade, tratando-a como parte natural da classe de ativos. Por isso, a estratégia mais comum é a de pequenas alocações, suficientes para capturar valorização sem comprometer o patrimônio.
Wagner acrescentou que as stablecoins, moedas digitais atreladas a ativos estáveis como o dólar, cumprem papel central na gestão de risco. “As stablecoins oferecem previsibilidade nos retornos em finanças descentralizadas (DeFi) e dão mais segurança às operações”, explica.
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Perfil do investidor de alta renda
Para Felipe Mendes, CEO da Altside, o público que busca esse tipo de investimento não se restringe aos jovens.
“Nosso público gira entre 40 a 70 anos, com clientes até de 80 anos. O que eles buscam em cripto é um atalho para aposentadoria, pois percebem que não conseguirão manter o mesmo padrão de vida apenas com previdência tradicional”, explicou.
Mendes destacou que a maioria das carteiras é concentrada em Bitcoin — em torno de 70% da carteira —, considerado ativo base pela consultoria. Além disso, há exposição menor a Ethereum e Solana, e uma pequena parcela destinada a apostas em altcoins mais arriscadas.
“Nosso trabalho é oferecer segurança e planejamento financeiro para evitar golpes e escolhas equivocadas em busca de retorno rápido”, completou.
Liquidez e proteção patrimonial
De acordo com Denise Cinelli, COO da CryptoMarket, a alta renda também busca segurança diante da instabilidade global.
“A volatilidade das moedas tradicionais leva os investidores a enxergarem nas criptomoedas uma forma de proteção. A liquidez é um fator-chave: vender ouro físico não é rápido, mas em cripto a liquidação é imediata”, disse.
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Ela ressaltou ainda que esses investidores utilizam ordens de mercado de forma profissional, com estratégias de compra e venda previamente definidas, reduzindo perdas em momentos de oscilação intensa.
Regulação amplia confiança com criptomoedas
Para Wagner, o Brasil possui terreno fértil para se tornar referência na adoção de criptomoedas devido a três pontos fortes:
- um mercado sofisticado;
- investidores acostumados a ativos alternativos;
- uma regulação que avança rápido.
Um consenso entre os especialistas ouvidos pelo Monitor é de que a regulação é essencial para dar mais segurança ao mercado.
Wagner aponta que avanços em temas como custódia e tributação reduziram riscos no Brasil. Já Denise, lembra que a supervisão do Banco Central tende a atrair novos investidores.
No entanto, Mendes faz um contraponto: “A regulação ajuda, mas o custo elevado de licenças pode restringir a entrada de novas empresas, reduzindo a inovação no setor.”