O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (17) a ata da 267ª Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 10 e 11 de dezembro, que determinou elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic, para 12,25% ao ano. O BC também prevê o ajuste da mesma magnitude nas próximas duas reuniões.
O documento enfatiza a decisão do Copom por unanimidade de votos, após avaliar que houve uma deterioração adicional no cenário de inflação, em meio ao cenário econômico mais desafiador, com desancoragem das expectativas.
Inflação: riscos e perspectivas
O Copom apontou que a inflação de curto prazo sofreu efeitos devido a fatores como:
- Alta nos preços dos alimentos: influenciada pela estimativa e pelo ciclo das carnes;
- Resiliência à inflação de serviços: sustentada por um mercado de trabalho aquecido;
- Desvalorização do real: que encarece imediatamente e amplifica o repasse cambial para os preços internos.
Além disso, as expectativas de inflação para 2025 estão acima da meta, o que indica uma crescente desconfiança do mercado em relação à capacidade do Banco Central de controlar os preços.
Esse cenário levou o Copom a reforçar seu compromisso com a convergência da inflação para a meta, mesmo que isso exija maior instabilidade na política monetária.
Novas altas previstas pelo Copom
Além da elevação da Selic para 12,25% ao ano, o Copom anunciou a projeção de mais dois aumentos de mesma magnitude nas reuniões de janeiro e março de 2025, visando combater os riscos inflacionários e evitar a consolidação de expectativas desancoradas. A ata divulgada, no entanto, não estabelece fim do ciclo de alta da Selic.
O Banco Central também revisou a taxa de juros reais neutros, parâmetro utilizado em suas projeções. Ela passou de 4,75% para 5% ao ano, refletindo um ambiente de maior incerteza econômica e necessidade de juros elevados para conter a inflação em um ambiente de incertezas fiscais e estruturais.
Políticas fiscais
O Copom declarou preocupação com o impacto das políticas fiscais expansionistas, que têm sustentado o consumo e contribuído para o aumento da demanda agregada. Segundo a ata, a percepção negativa sobre o controle das contas públicas tem elevado o prêmio de risco e baseado na taxa de câmbio.
Para o Banco Central, políticas fiscais e monetárias harmoniosas são essenciais para estabilizar a economia. No entanto, o aumento do crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública podem comprometer a efetividade da política monetária e dificultar a desinflação.
No cenário externo, a economia global enfrenta incertezas, com destaque para os Estados Unidos, onde o ritmo de desaceleração econômica ainda é incerto. Essas variáveis também pesam sobre as decisões futuras do Banco Central.
*Com informações da agência de notícias CMA









