O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (12), em entrevista ao portal UOL, que a economia brasileira deve crescer 2,5% em 2025, mesmo diante das atuais taxas de juros elevadas.
Segundo ele, a projeção faz parte da expectativa de que o país possa encerrar o governo Lula com uma média anual de crescimento de 3% ao ano, combinando expansão econômica com distribuição de renda.
Essa projeção do ministro ocorre em um contexto de juros ainda altos — a taxa básica (Selic) está em 14,75% ao ano —, o que, historicamente, reduz o ritmo de crescimento econômico ao encarecer o crédito e limitar o consumo e os investimentos.
Apesar disso, Haddad demonstrou otimismo com o cenário doméstico e reiterou que “a economia tem condição de crescer”.
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Metas fiscais e crescimento para 2026
O titular da Fazenda também declarou que o crescimento projetado está diretamente ligado à condução da política fiscal, com o compromisso de cumprir as metas de resultado primário: déficit zero em 2025 e superávit de 0,25% do PIB em 2026, dentro da margem de tolerância prevista de 0,25 ponto percentual do PIB.
Ele reforçou que não há plano alternativo ao atual arcabouço fiscal. “Vou fazer tudo o que for necessário para cumprir as metas estabelecidas”, afirmou.
Ele também voltou a criticar os juros elevados no Brasil, considerados “altíssimos”, e reforçou que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem autonomia para conduzir a política monetária.
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Haddad enfatiza reforma da renda
Haddad também reforçou o projeto que propõe isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas com renda de até R$ 5 mil. O ministro classificou a proposta como o início de uma reforma mais ampla, que chamou de “reforma global da renda”.
Com esse projeto, a intenção do governo é corrigir distorções históricas no sistema tributário. A proposta inclui a cobrança de impostos sobre aproximadamente 141 mil pessoas de alta renda, com objetivo de beneficiar cerca de 15 milhões de brasileiros.
Haddad destacou, ainda, que a correção da tabela do IR é uma das principais mudanças, visto que ela está defasada há três décadas, penalizando trabalhadores assalariados.
Relações internacionais: neutralidade e equilíbrio
Em meio à crescente tensão comercial entre Estados Unidos e China, Haddad afirmou que o Brasil manterá uma postura multilateralista. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fará uma escolha entre as duas potências.
“Não podemos ser dependentes de uma relação bilateral. O Brasil precisa de bons acordos com a Ásia, com a Europa e também com os Estados Unidos”, disse o ministro.
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Haddad critica estratégia tarifária dos EUA
Haddad relatou que a conversa com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi franca e abordou temas delicados, como o déficit comercial da América do Sul com os Estados Unidos. Segundo ele, “não faz sentido” taxar uma região que já é deficitária nas trocas com os americanos.
“O Brasil está em uma posição geopolítica estratégica. A China é nossa maior parceira comercial, e os Estados Unidos são líderes em tecnologia. Não podemos prescindir de nenhum dos dois”, afirmou.
Ele destacou ainda que a política comercial dos EUA tem sido “errática”, refletindo um desconforto com os impactos da globalização.
Haddad observou que, embora os EUA tenham se beneficiado do processo global, a China pode ter ganhado ainda mais, o que gera uma nova competição geopolítica e econômica.
“Os EUA enfrentaram a União Soviética e depois o Japão, e agora têm um novo desafio com a China. Estão tentando reequilibrar variáveis como o déficit externo e os juros elevados, mas de forma desordenada”, afirmou.