O setor público consolidado, formado por União, estados, municípios, registrou um déficit primário de R$ 33,74 bilhões em maio. O resultado, embora negativo, representa uma melhora em relação ao déficit de R$ 63,9 bilhões no mesmo mês de 2024, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (30.)
O déficit primário representa o saldo negativo entre as receitas e despesas do governo, sem considerar os gastos com juros da dívida pública.
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Desempenho dos entes federativos
O déficit foi impulsionado, principalmente, pelo desempenho do Governo Central (incluindo o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o próprio Banco Central), que apresentou déficit de R$ 37,4 bilhões.
As empresas estatais também registraram resultado negativo, com déficit de R$ 926 milhões. Já os governos regionais — que incluem estados e municípios — apresentaram superávit de R$ 4,5 bilhões.
De forma mais detalhada:
- Governo Central: apresentou déficit de R$ 37,35 bilhões
- Estados e municípios: teve um superávit de R$ 4,53 bilhões
- Estatais: fechou com déficit de R$ 926 milhões
Superávit primário em 12 meses
Nos 12 meses encerrados em maio, o setor público consolidado acumula superávit primário de R$ 24,1 bilhões, o equivalente a 0,20% do Produto Interno Bruto (PIB).
Esse resultado representa reversão em relação ao déficit acumulado até abril, que era de R$ 6 bilhões (0,05% do PIB).
Gastos do setor público com juros aumentam
Os juros nominais do setor público — que representam os encargos financeiros da dívida pública — somaram R$ 92,1 bilhões em maio, alta frente aos R$ 74,4 bilhões registrados no mesmo mês do ano passado.
O Banco Central aponta como fatores para esse aumento:
- Elevação da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,75%
- Crescimento do estoque da dívida líquida
No acumulado de 12 meses até maio, os juros nominais somaram R$ 946,1 bilhões, o que equivale a 7,77% do PIB, contra R$ 781,6 bilhões (6,95% do PIB) nos 12 meses até maio de 2024.
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Resultado nominal do setor público
Somando o resultado primário ao pagamento de juros, o resultado nominal — métrica que mostra a real necessidade de financiamento do setor público — foi deficitário em R$ 125,9 bilhões no mês.
No acumulado em 12 meses, o déficit nominal atingiu R$ 922 bilhões (7,58% do PIB), ligeiramente abaixo dos R$ 934,4 bilhões (7,73% do PIB) registrados até abril.
Impacto do déficit primário sobre a dívida pública
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu R$ 7,5 trilhões em maio, o equivalente a 62% do PIB, alta de 0,5 ponto percentual em relação ao mês anterior.
Segundo o Banco Central, a variação foi influenciada por:
- Juros nominais apropriados: +0,8 p.p.
- Déficit primário: +0,3 p.p.
- Desvalorização cambial de 0,8% no mês: -0,1 p.p.
- Variação do PIB nominal: -0,5 p.p.
No acumulado do ano, a DLSP também cresceu 0,5 p.p. do PIB, devido, principalmente, a:
- Juros nominais: +2,9 p.p.
- Valorização cambial de 7,8%: +0,9 p.p.
- Superávit primário do período: -0,6 p.p.
- Ajustes da dívida externa líquida: -0,6 p.p.
- Variação do PIB nominal: -2,2 p.p.
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Já a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) — que engloba o Governo Federal, INSS, estados e municípios — chegou a R$ 9,3 trilhões em maio, equivalente a 76,1% do PIB. A elevação no mês foi de 0,2 p.p. do PIB, resultado da incorporação de juros nominais (+0,8 p.p.) e da variação do PIB nominal (-0,6 p.p.).
No acumulado do ano, a DBGG teve queda de 0,4 p.p. do PIB, com os seguintes fatores:
- Juros nominais apropriados: +3,7 p.p.
- Crescimento do PIB nominal: -2,7 p.p.
- Resgates líquidos de dívida: -1,0 p.p.
- Valorização cambial: -0,3 p.p.