Ações da Bayer (BAYRY), farmacêutica alemã, subiram mais de 10% no pregão da última sexta-feira (16), após obter uma vitória legal em um processo nos Estados Unidos. As alegações davam conta de que a Monsanto, adquirida pela Bayer em 2018, teria violado a lei estadual por não adicionar um aviso de câncer ao rótulo de seu popular herbicida, Roundup.
A decisão foi anunciada pela própria empresa na quinta-feira (15), sobre o posicionamento do 3º Tribunal de Apelações dos EUA, na Filadélfia, a seu favor e contra a alegação de David Schaffner, que processou a Monsanto em maio de 2019, após ser diagnosticado com linfoma não-Hodgkin — um tipo de câncer que afeta o sistema linfático — em 2006, em detrimento da exposição ao pesticida durante o exercício de sua profissão como paisagista.
Segundo o juiz do caso, Michael Chagares, uma vez que a Lei Federal de Inseticidas, Fungicidas e Rodenticidas exige uniformidade dos requisitos de rotulagem da lei estadual, impede a obrigação de adicionar um aviso de câncer ao Roundup, na Pensilvânia, neste caso.
No pregão desta segunda (19), as ações da farmacêutica beiram a estabilidade, com alta de 0,63%. Nos últimos cinco dias, a BAYRY somam altas de 13%.
Conflitos judiciais entre Bayer e Reuters
Atualmente, a Bayer enfrenta uma situação complicada devido ao conflito legal relacionado ao Roundup, de acordo com a Reuters. A empresa estima que cerca de 165 mil ações judiciais foram movidas contra o produto nos EUA, das quais aproximadamente 54 mil permanecem, mesmo após o acordo de US$ 10,9 bilhões fechado em 2020.
Impacto da decisão sobre outros casos pendentes
Conforme observado pela Bayer, a decisão da Filadélfia entra em conflito com decisões tomadas por outros tribunais federais de apelação. Por isso, a empresa pediu à Suprema Corte dos EUA para presidir ocaso.
“Esta decisão cria uma divisão de circuito entre os tribunais federais de apelação e necessita de uma revisão pela Suprema Corte dos EUA para resolver esta importante questão de direito”, alega a empresa.
