O BTG Pactual divulgou um relatório sobre o encontro com o novo presidente da Vale, Gustavo Pimenta, destacando a necessidade de um diagnóstico preciso sobre os próximos passos da mineradora, a fim de restaurar a confiança dos investidores.
Segundo o banco, Pimenta demonstrou um forte senso de urgência e enfatizou a importância de trabalhar de forma mais próxima com todas as partes interessadas para dar mais celeridade às melhorias em diversas frentes, como o desempenho operacional e o fortalecimento do balanço da empresa.
Produção de minério, eficiência operacional e relação com acionistas
Entre as projeções da empresa, o novo presidente da Vale destacou os planos de aumentar a produção de minério de ferro para um intervalo de 340-360 Mt até 2026, com foco em elevar a qualidade e melhorar o mix de produtos.
Além disso, também há um plano para dobrar a produção de metais básicos, especialmente o cobre, visando alcançar 525 ktpa até 2026, frente aos 355 ktpa previstos para 2024.
A redução de custos também foi discutida, com a meta de reduzir os custos de produção de minério de ferro (C1) para abaixo de US$ 20 por tonelada e o custo de entrega para a China para menos de US$ 50 por tonelada.
A empresa enfatizou que pretende resolver as pendências com a Samarco e melhorar as relações com o governo.
Impacto da China e futuro da Vale
O BTG Pactual ressaltou que a Vale está intimamente ligada à volatilidade de curto prazo da China e à efetividade das medidas econômicas anunciadas pelo governo chinês, especialmente no setor imobiliário. A resposta chinesa a esses estímulos será fundamental para a mineradora no médio e longo prazo.
O relatório também destacou que, sob a liderança de Gustavo Pimenta, a Vale mantém o compromisso com os acionistas, preservando sua política de dividendos e recompra de ações.
O banco, no entanto, manteve sua classificação neutra sobre os ADRS da Vale, com base em um perfil de risco/retorno equilibrado, e apontou um preço-alvo de US$ 12 por ação.
As ações da Vale oscilavam no começo do pregão desta quinta-feira (10), mas no início da tarde registravam alta de 0,13%, sendo cotadas a R$ 61,05.
Vale enfatiza alocação de capital e eficiência
Outro ponto destacado no relatório do BTG foi a necessidade de uma estratégia de alocação de capital mais eficiente por parte da Vale, com foco na geração de valor a partir de investimentos já existentes, como em logística e infraestrutura.
A meta de manter a dívida líquida entre US$ 10 e 20 bilhões continua no radar da mineradora, e, segundo o BTG, a companhia não deve se envolver em fusões ou aquisições no curto prazo.
*Com informações da agência de notícias CMA