O Santander Brasil (SANB11) abriu a temporada de balanços dos grandes bancos do país com um lucro líquido gerencial de R$ 3,664 bilhões no terceiro trimestre, alta de 5,2% em relação aos três meses anteriores e um aumento de 7,8% na comparação com o mesmo período de 2023.
Os dados divulgados nesta terça-feira (29) vieram acima da expectativa do mercado, que previa um lucro de R$ 3,5 bilhões, e representam uma continuidade de crescimento da instituição, mesmo em um ambiente econômico de juros altos, que impacta o custo de crédito e a inadimplência.
Apesar do resultado positivo, as ações do banco operam em queda nesta manhã, com uma perda de 1,52%, negociados a R$ 28,43.
Margem financeira bruta cresceu no período
A margem financeira bruta do Santander — que indica a diferença entre o que o banco arrecada em juros e o que paga para captar esses recursos — foi de R$ 15,227 bilhões, registrando um aumento de 3,2% em comparação ao segundo trimestre deste ano.
O crescimento foi impulsionado pela recuperação de créditos inadimplentes, uma estratégia do banco para mitigar perdas, e ajustes nas operações de hedge cambial, que ajudam a proteger o balanço contra oscilações no câmbio.
Por outro lado, o Santander apresentou uma redução nas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa — recursos que o banco separa para cobrir possíveis perdas com clientes inadimplentes —, que somaram R$ 5,884 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 16,7% frente ao trimestre anterior.
Santander registrou queda na receita com serviços e tarifas
As receitas provenientes de serviços e tarifas bancárias, que incluem cobranças por contas, cartões, transferências e outras operações financeiras, totalizaram R$ 5,334 bilhões, uma leve queda de 3,3% em relação ao segundo trimestre, que fechou com R$ 5,748 bilhões.
As despesas gerais, que incluem custos operacionais como pessoal, manutenção e outras despesas administrativas, somaram R$ 6,457 bilhões, registrando uma leve alta em relação ao trimestre anterior, que foi de R$ 5,853 bilhões.
Desse total, as despesas de pessoal representaram R$ 3,026 bilhões. O aumento nesses custos pode ser associado à inflação e ao reajuste salarial de funcionários.
Impostos e distribuição de lucro
O banco registrou uma despesa de R$ 630 milhões com impostos, referente ao imposto de renda e à contribuição social, e destinou R$ 39 milhões do lucro para acionistas minoritários.
Além disso, o relatório apontou uma participação dos funcionários nos lucros no valor de R$ 639 milhões, demonstrando o compromisso com a remuneração variável dos colaboradores.