A Neoenergia (NEOE3) teve um lucro líquido de R$ 852 milhões no quarto trimestre de 2024, uma queda de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados do balanço divulgado nesta segunda-feira (17).
Com ajustes, o lucro chegou a R$ 1,387 bilhão, 5% menor na mesma base de comparação, e até mesmo no acumulado do ano o lucro da empresa retraiu, somando R$ 3,635 bilhões, uma redução de 19% em relação a 2023.
Com uma avaliação positiva sobre o balanço da companhia, os papéis NEOE3 — negociados fora do Ibovespa — sobem de forma sólida nesta terça-feira (18). Às 13h15, as ações avançavam 1,85%, aos R$ 20,34
Receita e Ebitda em alta
Apesar da queda no lucro, a receita líquida da Neoenergia cresceu 15% no trimestre, atingindo R$ 12,84 bilhões. No ano, o faturamento somou R$ 46,68 bilhões, um aumento de 10% ante 2023.
O Ebitda ajustado (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), que mede a capacidade operacional da empresa, chegou a R$ 3,07 bilhões no trimestre, uma alta de 8% na comparação anual. No acumulado de 2024, o Ebitda foi de R$ 12,517 bilhões, 1% maior.
Endividamento e investimentos da Neoenergia
A dívida líquida da Neoenergia cresceu 10% em um ano, alcançando R$ 43,22 bilhões, impulsionada pelos investimentos em projetos de redes. Desse total, 87% estão atrelados ao longo prazo e 13% ao curto prazo.
A alavancagem financeira, indicador que mede a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, subiu de 3,17 vezes em dezembro de 2023 para 3,45 vezes no fim de 2024.
Já os investimentos da companhia somaram R$ 3,04 bilhões no quarto trimestre, registrando um crescimento de 26% no período. No acumulado do ano, os aportes atingiram R$ 9,81 bilhões, alta de 10% em relação ao ano anterior.
Recompra de ações e mudanças na diretoria
O Conselho de Administração da Neoenergia aprovou a recompra de 248.397 ações, para atender compromissos do Programa de Incentivo de Longo Prazo da companhia.
Além dessa iniciativa, a Neoenergia anunciou uma reestruturação na diretoria, visando otimizar a estrutura organizacional. As diretorias-Executivas de Redes e de Renováveis foram extintas, e suas funções passarão a ser exercidas pela Diretoria-Executiva de Operações, sob a liderança de Giancarlo Vassão de Souza.
A Diretoria Executiva de Liberalizados foi renomeada para Diretoria-Executiva Comercial e terá como responsável David Benavent del Prado. Segundo a empresa, os demais cargos de diretoria permanecem inalterados.
Avaliação do mercado sobre o desempenho da Neoenergia
O Citi considerou os resultados do quarto trimestre da Neoenergia positivos, destacando que o Ebitda de R$ 2,83 bilhões superou suas projeções em 5,5%, apesar da queda de 4% na comparação anual.
O banco também avaliou positivamente a estabilidade da alavancagem em 3,45 vezes e espera uma melhora desse indicador com a venda da hidrelétrica Baixo Iguaçu, prevista para o primeiro trimestre de 2025.
Com base nessas considerações, o Citi manteve recomendação de compra para as ações da Neoenergia, com preço-alvo de R$ 34, o que representa um potencial de valorização de 70,26% em relação ao fechamento do último pregão.