As ações do Banco de Brasília (BRB) tiveram forte valorização na Bolsa de Valores brasileira (B3) nesta segunda-feira (31), com os papéis dobrando de preço (alta de 100%) nesta manhã. Após sucessivos leilões, as ações BSLI3 atingiram R$ 14,98 às 11h30, na máxima do dia.
A valorização expressiva das ações é uma reação ao anúncio do Banco de Brasília na última sexta-feira (28) sobre a aquisição de uma fatia de 58% do Banco Master por um valor entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões, incluindo 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do banco liderado por Daniel Vorcaro.
Às 13h15 (horário de Brasília) as ações BSLI3 registravam um leve recuo na valorização, mas ainda subiam 81,11%, negociadas a R$ 14.
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Detalhes do acordo entre BRB e o Banco Master
No acordo, o BRB assumiu o pagamento de R$ 29 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) emitidos pelo Will Bank e pelo próprio Master. No entanto, títulos emitidos pelo Voiter e pelo Banco Master de Investimentos, subsidiárias que não fazem parte da aquisição, ficarão fora do pacote.
Isso significa que cerca de R$ 23 bilhões em CDBs continuarão sob a responsabilidade do Master, sem relação com o BRB.
A conclusão do negócio ainda depende da aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Possíveis impactos para o setor financeiro
A operação do BRB levantou questionamentos entre grandes bancos privados. Fontes do setor avaliaram que a transação pode representar um risco ao envolver um banco estatal em um negócio com ativos considerados de alto risco.
O Master, nos últimos meses, enfrentava desconfiança sobre sua liquidez e dificuldades para vender CDBs. Em julho, o banco tentou vender R$ 1 bilhão em títulos para a Caixa Asset, mas a proposta foi rejeitada por preocupações com o modelo de negócios da instituição.
Os grandes bancos privados também monitoravam a situação do Master. O BTG Pactual demonstrou interesse na carteira de crédito consignado da instituição, mas recusou assumir o risco dos CDBs. No fim, o BRB aceitou o desafio e estruturou o negócio.
Estrutura da aquisição e governança
O BRB e o Banco Master manterão suas estruturas separadas, mas com compartilhamento de governança e estratégias operacionais.
O acordo também prevê um rodízio na liderança da nova subsidiária de atacado, com indicação alternada de CEO e chairman entre as partes.
Apesar de o BRB deter a maioria do capital do Master, Daniel Vorcaro, atual controlador do banco, continuará com a maioria das ações ordinárias, a fim de evitar a estatização da instituição e garantir um equilíbrio na gestão.
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Operação depende de análise do Banco Central
O Banco Central ainda precisará avaliar a operação, considerando a capacidade financeira do BRB para sustentar o Master.
O Conselho Monetário Nacional também estabelecerá critérios para assegurar que o novo controlador tenha condições de manter a solvência do banco adquirido.
O BRB argumenta que a transação faz parte de sua estratégia de crescimento e que possui estrutura para honrar os CDBs assumidos.