A escolha entre Copel (CPLE6) e Cemig (CMIG4) segue como um dos principais dilemas para investidores que apostam no setor elétrico. Em uma análise detalhada, a Levante Investimentos colocou as duas empresas frente a frente, avaliando aspectos como governança, endividamento, rentabilidade, dividendos e risco político.
A análise aborda pontos estratégicos sobre as duas empresas: a estrutura acionária da Cemig, fortemente estatal, contrasta com o movimento de privatização da Copel, que tende a favorecer ganhos de eficiência e distribuição de dividendos.
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Copel avança em eficiência após privatização
A Copel continua colhendo os frutos da privatização realizada em 2023. A empresa apresentou crescimento de 13% no EBITDA consolidado, que totalizou R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre deste ano.
O resultado foi impulsionado principalmente pelo aumento da eficiência operacional, ações para controle de custos e expansão nas operações de geração e distribuição.
Na distribuição, o volume de energia no mercado fio faturado subiu 0,9% em base anual. Quando considerada a energia oriunda de micro e minigeração distribuída (MMGD), o crescimento foi de 3,3%.
Já a receita líquida da operação cresceu 6,3%, beneficiada também por um reajuste médio de 2,7% nas tarifas de uso (TUSD).
O Ebitda da Copel Distribuição cresceu 12,3% no trimestre, totalizando R$ 692,9 milhões. Já a Copel GeT registrou crescimento de 13,2% no EBITDA recorrente, com redução da exposição ao mercado spot e avanço de 9,8% na receita líquida.
A alavancagem (dívida líquida/EBITDA ajustado) caiu para 2,3x, enquanto os investimentos somaram R$ 678 milhões no trimestre.
Como vantagem, a nova política de dividendos da companhia prevê payout mínimo de 75% do lucro, com possibilidade de distribuição superior, devido à estrutura de capital mais eficiente.
Cemig tem ebitda menor, mas mantém fundamentos sólidos
A Cemig teve desempenho mais fraco no primeiro trimestre, com queda de 9,6% no Ebitda ajustado, que ficou em R$ 1,79 bilhão. O resultado refletiu perdas na comercialização de energia e desempenho modesto no segmento de gás.
No fornecimento de energia (excluindo GD), houve recuo de 0,3% frente ao trimestre anterior. Considerando a energia compensada da GD, o crescimento foi de 1,8%. O consumo residencial cresceu 2,2%, enquanto o industrial avançou 1,1%, mas o segmento rural caiu 9,7%.
No período, a área de comercialização enfrentou prejuízos de R$ 88 milhões devido ao descasamento entre contratos e os preços regionais do mercado spot.
A Cemig teve de comprar energia em submercados mais caros, pressionando suas margens. Por outro lado, o GSF (Generation Scaling Factor) de 107% favoreceu o resultado da geração.
A companhia mantém avanços em eficiência — os custos PMSO cresceram apenas 0,8% (excluindo ajustes contábeis), e o capex na distribuição avançou 18,6% no comparativo anual.
A alavancagem financeira subiu ligeiramente para 1,41x, ainda em patamar confortável.
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Valuation e projeções para Copel e Cemig
De acordo com a análise, a Copel apresenta perspectiva de crescimento superior, com lucro projetado para subir 56% até 2026.
Essa projeção reforça a confiança do mercado: a Levante estima um preço-alvo de R$ 15, com recomendação de compra, considerando a combinação de crescimento, menor risco político e aumento na distribuição de dividendos.
Já a Cemig é vista como uma oportunidade de valor. Mesmo com crescimento mais modesto, seu dividend yield é projetado em 7,8%, e o preço-alvo é estimado em R$ 13,50, também com recomendação de compra.
O valuation atrativo se soma ao potencial de valorização, caso a privatização avance — apesar dos riscos políticos envolvidos.
Risco político pesa mais sobre a Cemig
O risco político é um dos principais pontos de atenção para a Cemig. A possibilidade de federalização da empresa como parte do plano de redução da dívida do estado de Minas Gerais, caso haja mudanças no cenário eleitoral de 2026, é considerada um fator relevante para investidores.
A Copel, já privatizada, teria um risco menor de interferência política, reduzindo também o nível de incerteza para os próximos anos.
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Placar final: empate técnico
Na análise realizada pela Levante Investimentos, o resultado foi um empate técnico — A Copel vence em governança, crescimento, previsibilidade e recomendação dos analistas; enquanto a Cemig sai na frente nos requisitos valuation, dividendos e rentabilidade histórica.
Para investidores mais conservadores, a Copel tende a ser uma escolha mais segura. Já para aqueles dispostos a assumir mais risco em busca de retorno, a Cemig oferece maior potencial de valorização e rendimento.