As ações da Azevedo & Travassos (AZEV3; AZEV4) subiram mais de 10% nesta terça-feira (8), após a companhia anunciar que venceu uma licitação da Petrobras para atuar no Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ).
Ao vencedor, o contrato, no valor de R$ 1,76 bilhão, que foi conquistado por um consórcio entre a subsidiária Heftos Óleo & Gás e a Construtora Colares Linhares.
Atualmente, a Heftos detém 80% de participação no consórcio, segundo fato relevante enviado ao mercado. O contrato, no entanto, ainda depende de homologação pelas autoridades competentes da estatal.
Às 10h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira (9) o efeito era mais ameno, mas a AZEV3 ainda valorizava 3,77%, enquanto AZEV4 registrava alta de 1,72%.
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Contrato inclui unidade de hidrogênio e Gaslub
De acordo com o edital da licitação, o contrato envolve o fornecimento de bens e prestação de serviços para uma unidade de geração de hidrogênio.
As atividades serão realizadas no Complexo Gaslub, formado por duas unidades de gás natural e integrado ao gasoduto Rota 3, que recebe gás do pré-sal. O local abriga também a maior Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Brasil.
O Complexo Boaventura, anteriormente conhecido como Comperj, contará com unidades voltadas à produção de combustíveis com baixo teor de enxofre e lubrificantes de grupo II, além de estruturas auxiliares.
Azevedo & Travassos espera vencer mais lotes
O CEO do Grupo Azevedo & Travassos, Gabriel Freire, afirmou à agência Reuters que a companhia participou de todas as licitações relacionadas ao Boaventura e que há expectativa de conquistar outros contratos.
“Estávamos bastante preparados para participar do certame quando ele aconteceu”, disse Freire, explicando que a Heftos acompanha há cerca de três anos os estudos da Petrobras para plantas de refino e produção de combustíveis.
Ele afirmou ainda que poderá divulgar mais detalhes do projeto após a homologação do contrato.
Exploração de petróleo no RN também avança
Em comunicado separado, a Azevedo & Travassos Energia, empresa criada após a cisão das operações de energia e exploração de petróleo, informou que concluiu a perfuração de um poço no Campo de Andorinha, na Bacia Potiguar (RN).
A operação foi realizada por sua subsidiária integral Azevedo & Travassos Petróleo (ATP), com base em contrato de opção e cessão de participação firmado com a Petrovictory Energia.
Segundo a companhia, “com base na avaliação dos perfis elétricos convencionais e dos indícios de hidrocarbonetos nas amostras de rochas, foram identificados aproximadamente 13 metros de possível net pay, distribuídos em quatro intervalos portadores de óleo”. Os dados ainda estão sendo analisados pela equipe técnica.
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Receita da engenharia pode triplicar em 2025
A companhia espera triplicar a receita da vertical de engenharia ainda neste ano, segundo informações divulgadas ao site Pipeline, do Valor Econômico. Esse crescimento deve ser impulsionado não só pelo novo contrato com a Petrobras, mas também por outros dois contratos importantes.
Este é o segundo contrato firmado pela Heftos com a estatal neste ano. Em janeiro, a empresa assinou um contrato de R$ 298 milhões para prestação de serviços de manutenção industrial em plataformas de petróleo na Bacia de Campos, com prazo de 36 meses.
E um terceiro contrato com a Petrobras está em fase final de negociação e pode ser anunciado até o fim do ano. Se confirmado, o backlog da Heftos (carteira de projetos contratados a executar) ultrapassará R$ 3 bilhões, o maior da história da empresa, segundo Freire.
Reestruturação da Azevedo & Travassos afeta resultados
Segundo Freire, a Heftos passou por uma reestruturação desde sua aquisição, em 2021. A empresa deixou de ser apenas uma prestadora de serviços operacionais e passou a atuar em contratos de engenharia industrial mais complexos.
“Isso levou a uma redução da operação da empresa em 2024, mas agora começa a retomar o crescimento, preparada para disputar contratos com grandes empresas”, disse o executivo.
A reestruturação impactou os resultados da holding, que registrou prejuízo contábil de R$ 150 milhões em 2024 e de R$ 13,5 milhões neste ano, devido a provisões relacionadas à subsidiária. A expectativa é que os novos contratos revertam esse cenário e restabeleçam a rentabilidade.
Atualmente, a Heftos representa cerca de 10% do backlog da Azevedo & Travassos. Com o início dos novos projetos, essa participação deve aumentar para 60%.
Contrato com a Sabesp fortalece Azevedo Infraestrutura
A Azevedo Infraestrutura, outra subsidiária do grupo, também ampliou sua atuação em 2025. A empresa firmou contrato de R$ 384,4 milhões com a Sabesp para manutenção de redes de água e esgoto e pavimentos na Grande São Paulo.
O serviço será realizado em consórcio com as empresas Infracon Engenharia, Hydrosistem e Eng. Saneamento e Construções.
Com todos os contratos somados, a Azevedo & Travassos estima que o faturamento da vertical de engenharia passe de R$ 160 milhões em 2024 para cerca de R$ 500 milhões até o fim deste ano. A meta é atingir margem de 15% nesse segmento.
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Azevedo & Travassos mira pipeline de R$ 25 bilhões
A Azevedo & Travassos possui hoje um pipeline estimado de R$ 25 bilhões em projetos, com foco no setor de óleo e gás.
A companhia aposta na retomada dos investimentos da Petrobras e nas oportunidades que devem surgir com a abertura do mercado de descomissionamento de plataformas offshore.