A Petrobras anunciou, na última sexta-feira (11), a eleição de Angélica Garcia Cobas Laureano como nova diretora-executiva de Transição Energética e Sustentabilidade. A decisão do Conselho de Administração da estatal marca um momento inédito: pela primeira vez, a companhia terá maioria feminina em sua diretoria executiva.
Com a posse de Laureano, a diretoria passa a ter cinco mulheres e quatro homens, sendo uma das mulheres a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Chambriard comentou a nova composição: “Estamos comprometidas em ampliar a participação feminina em todos os setores da Petrobras porque acreditamos que o ambiente de trabalho é mais saudável e produtivo quando há diversidade na equipe”.
Ela disse ainda que espera inspirar outras mulheres a almejarem posições de liderança, especialmente no setor de petróleo e gás, que ainda é liderado por maioria masculina.”
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Angélica Laureano já fez história na Petrobras
Angélica Laureano possui 45 anos de experiência profissional, sendo 37 deles na Petrobras, onde ocupou 21 cargos de gerência.
Atuou nas áreas de Materiais, Abastecimento, Gás e Energia e foi presidente da Gaspetro, subsidiária da Petrobras em parceria com a Mitsui Gás S.A., responsável pela gestão de participações em 19 distribuidoras de gás natural em vários estados.
Após se aposentar da Petrobras, trabalhou como consultora em projetos voltados para o setor de gás natural. Antes de ser nomeada diretora executiva, exercia a presidência da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG).
A indicação de Laureano foi submetida aos processos internos de governança corporativa da Petrobras, com análises de conformidade e integridade. Seu mandato vai até 13 de abril de 2027, acompanhando o prazo dos demais membros da diretoria executiva.
Diversidade no mercado corporativo
A nova composição da diretoria executiva foi destacada pela Petrobras como reflexo do compromisso da empresa com a diversidade e a equidade de gênero. Em comunicado, a estatal afirmou que a mudança “reforça sua posição de vanguarda no mercado brasileiro”.
O estudo “Mulheres em Ações”, publicado pela B3 (Bolsa de Valores brasileira) em setembro de 2024, revela que apesar do avanço, a presença feminina em cargos executivos ainda é baixa no mercado.
A cada 100 empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira (B3), 56 não possuem mulheres na diretoria estatutária e 37% não têm nenhuma representante no conselho de administração.
Apenas 6% das 359 companhias listadas na Bolsa têm três ou mais mulheres em suas diretorias estatutárias. E em 56% delas, não há sequer uma mulher na diretoria.
Sucessão na diretoria de Transição Energética
Angélica substitui William França, diretor de Processos Industriais e Produtos, que estava interinamente à frente da diretoria de Transição Energética desde maio, após a saída de Mauricio Tolmasquim.
Tolmasquim foi o primeiro a ocupar o cargo, criado em 2023, e deixou a função após ser eleito conselheiro da Eletrobras.
A diretoria de Transição Energética é responsável por liderar as iniciativas voltadas para a descarbonização das operações, desenvolvimento de combustíveis sustentáveis e diversificação das fontes energéticas da companhia.
Em nota oficial, Laureano afirmou: “Seguiremos investindo fortemente em projetos de descarbonização, na produção de combustíveis mais sustentáveis e na diversificação de fontes de energia renovável. Como líderes na transição energética, reiteramos o compromisso de zerar nossas emissões operacionais, o net zero, até 2050.”
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Gás natural no centro da agenda da Petrobras
A área de Transição Energética também tem responsabilidade direta sobre a gestão do gás natural produzido pela companhia, um ponto estratégico para o governo federal.
O foco em gás natural é visto como peça-chave para a transição energética do Brasil, além de ser uma alternativa mais limpa em relação a outros combustíveis fósseis.
Durante evento realizado em 4 de julho na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu publicamente que a Petrobras amplie a oferta de gás para ajudar a reduzir os preços e impulsionar a competitividade industrial.