O Wells Fargo, quarto maior banco dos Estados Unidos, obteve um lucro líquido de US$ 5,5 bilhões no segundo trimestre deste ano, o equivalente a US$ 1,60 por ação, impulsionado pela redução nas provisões para calotes.
O resultado superou a estimativa média dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que projetavam lucro de US$ 1,41 por ação. No mesmo trimestre de 2024, o lucro registrado foi de US$ 4,91 bilhões, que corresponde a US$ 1,33 por ação.
Mesmo com os bons resultados, às 11h50 (horário de Brasília), as ações do banco (WFC) recuavam 5,49%, negociadas a US$ 78,85, refletindo a reação do mercado à nova estimativa para o Net Interest Income (NII) — indicador que mede a diferença entre os juros recebidos em empréstimos e o custo dos depósitos.
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Projeção de margem financeira decepciona
O Wells Fargo passou a prever que o NII em 2025 ficará estável em relação a 2024, em torno de US$ 47,7 bilhões. Anteriormente, a expectativa era de um crescimento entre 1% e 3%.
No segundo trimestre, o NII somou US$ 11,7 bilhões, abaixo da previsão de US$ 11,8 bilhões. O crescimento modesto reforça a cautela dos analistas diante do impacto dos juros altos e da desaceleração do crédito.
Receita cresce com menor provisão para calotes
A receita total do Wells Fargo somou US$ 20,82 bilhões entre abril e junho. A principal contribuição para o aumento do lucro veio da redução nas provisões para inadimplência: o banco separou US$ 1,01 bilhão para perdas com crédito, abaixo do US$ 1,24 bilhão registrado no ano anterior.
As perdas efetivas com calotes caíram 23% na comparação anual, refletindo uma melhora na qualidade da carteira de crédito.
Segundo o banco, consumidores e empresas continuam honrando seus compromissos, o que ajuda a aliviar os temores de recessão diante das mudanças nas políticas comerciais dos EUA.
Executivos destacam que os critérios mais rígidos para concessão de crédito adotados nos últimos anos também devem ajudar a instituição a enfrentar uma eventual desaceleração da economia.
A receita não atrelada a juros também teve desempenho positivo, com alta de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 9,11 bilhões.
O destaque foi para as taxas relacionadas a banco de investimento, que avançaram 8,6%.
Fed retira restrições e Wells Fargo mira expansão
Em junho, o Federal Reserve (Fed) retirou o limite de US$ 1,95 trilhão em ativos imposto ao banco desde 2018, como punição por práticas comerciais consideradas inadequadas. Com isso, o Wells Fargo tem agora maior liberdade para crescer.
Segundo o CEO do banco, Charlie Scharf, a remoção da restrição marca o início de uma nova fase. “Agora temos a oportunidade de crescer de maneiras que não eram possíveis enquanto o limite de ativos estava em vigor”, afirmou.
O banco planeja reforçar suas áreas de atuação em atacado, corporate banking, investimentos e trading, segmentos que estavam limitados pelas restrições regulatórias nos últimos anos.
Em 2025, o Wells Fargo já encerrou sete sanções regulatórias. Resta apenas uma ordem pendente, relacionada a 2018.
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Recompra de ações e aumento de dividendos
Como parte de sua estratégia de retorno ao investidor, o banco anunciou em abril um novo programa de recompra de ações no valor de US$ 40 bilhões.
Além disso, em julho, o Wells Fargo informou que pretende aumentar o dividendo do terceiro trimestre em 12,5%, passando para US$ 0,45 por ação. No entanto, a proposta ainda depende de aprovação do conselho.