As ações da CVC (CVCB3) derretem 12,07% às 14h20 desta quarta-feira (13), negociadas a R$ 2,04 na Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, após divulgar os resultados do 2º trimestre.
A companhia reportou prejuízo líquido de R$ 46,4 milhões, alta de 109,4% frente à perda de R$ 22,2 milhões registrada no mesmo período de 2024. O resultado superou as projeções de analistas e ocorreu apesar do crescimento de 10% na receita líquida, que alcançou R$ 348,2 milhões.
Segundo a empresa, o aumento do faturamento se deve à “forte performance comercial tanto no Brasil quanto na Argentina, resultado das evoluções implementadas pela administração desde o seu ingresso na companhia em junho de 2023, como abertura de novas lojas, integração de vendas físicas e digitais e maior oferta de meios de pagamentos”.
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Pressão financeira e despesas da CVC
O resultado financeiro líquido da CVC foi negativo em R$ 74,8 milhões, frente a R$ 16,6 milhões no segundo trimestre do ano anterior. Segundo a empresa, a piora se deve ao aumento das despesas com juros sobre antecipação de recebíveis e à tributação sobre operações financeiras.
A dívida líquida encerrou junho em R$ 399,7 milhões, alta em relação aos R$ 358,3 milhões do trimestre anterior, mas queda frente aos R$ 555 milhões registrados um ano antes.
O custo de serviços prestados caiu 72,1%, para R$ 6,2 milhões, reflexo de negociações mais favoráveis com fornecedores e ajustes na precificação de fretamentos.
As despesas com vendas, no entanto, subiram 63,1%, para R$ 80,7 milhões, impulsionadas por gastos com marketing e comissões. As despesas gerais e administrativas ficaram estáveis, em R$ 248,2 milhões.
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 92,3 milhões, alta de 28,3% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada passou de 70,3% para 92,3%.
Desempenho da CVC no semestre
Entre abril e junho, o prejuízo líquido ajustado da CVC foi de R$ 15,9 milhões, alta de 231% frente aos R$ 4,8 milhões negativos do mesmo trimestre de 2024.
No acumulado deste ano, a CVC reverteu perdas e registrou lucro líquido ajustado de R$ 8,1 milhões, contra prejuízo de R$ 800 milhões no mesmo período do ano anterior.
O Ebitda ajustado no semestre foi de R$ 92,3 milhões, alta de 31,3% na comparação anual, com margem de 27%, aumento de 3,1 pontos percentuais.
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CVC espera impacto maior com falta de navios
O presidente-executivo da CVC, Fabio Godinho, afirmou que a companhia espera um impacto maior no segundo semestre pela falta de oferta de navios de cruzeiros.
“O impacto do segmento marítimo sobre as operações da maior companhia de viagens do Brasil ‘foi relevante no primeiro semestre e vai ser mais relevante no segundo, porque quanto mais se aproxima a temporada de verão, mais a participação do marítimo cresce e o impacto vai se aprofundando’”, disse Godinho.
“Não temos o que fazer, porque temos 30% menos de inventário”, afirmou o executivo, explicando que “a MSC está com dois navios a menos e a Costa está com um a menos”.
Ele acrescentou: “Estamos vendo de voltar a trazer navios próprios para não ficarmos expostos a esse tipo de redução”, citando o mercado do Rio de Janeiro, onde “esse mercado praticamente acabou este ano”.
Fatores externos pressionam resultados
Godinho destacou também que a empresa foi afetada por fatores externos, como “a guerra de Israel na Palestina, que gerou muitos cancelamentos de viagens de grupos religiosos, além das incertezas sobre a política imigratória dos Estados Unidos, que atingiu viagens como as de grupos de intercâmbio”.
Apesar disso, o executivo apontou uma melhora nas perspectivas para o transporte aéreo na segunda metade do ano, considerando que “o cenário aéreo para a CVC na segunda metade do ano está mais favorável que o do primeiro semestre, quando a companhia aérea Azul promoveu forte esforço para venda de passagens aéreas em antecipação à recuperação judicial”.
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Recomendações para as ações da CVC
O BTG Pactual avalia que as operações da CVC melhoraram no Brasil e na Argentina, mas o cenário de juros altos segue pressionando as despesas financeiras e limitando a conversão dos resultados.
O banco atribui recomendação neutra para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 3.
Já o Citi destacou que os resultados vieram dentro do esperado, com recuperação das operações nos Estados Unidos. O banco mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 2,50 para as ações.