As ações do IRB Brasil (IRBR3) disparavam 3,47%, negociadas a R$ 48,02 às 12h desta sexta-feira (15), entre as maiores altas do Ibovespa, após a empresa divulgar os resultados do 2º trimestre.
A resseguradora viu seu lucro mais que dobrar no período, chegando a R$ 143,6 milhões, crescimento de 120% frente ao mesmo período de 2024.
Segundo a empresa, o desempenho foi impulsionado pelo forte avanço no resultado de subscrição e pela redução expressiva da sinistralidade, que atingiu R$ 229 milhões, contra R$ 33,7 milhões um ano antes, alta de 579%.
A redução expressiva da sinistralidade também ajudou os resultados, resultando no décimo trimestre seguido de lucro.
No semestre, o IRB teve um ganho acumulado de R$ 262,2 milhões, avanço de 82% sobre o primeiro semestre de 2024. Já no período de 12 meses, o lucro líquido totaliza R$ 491 milhões.
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O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ficou em 11,7%, avanço de 1,2 ponto percentual na comparação trimestral e 5,6 pontos na comparação anual, mas ainda abaixo do patamar considerado sustentável no longo prazo pela própria companhia.
Prêmios emitidos e retidos
O prêmio emitido totalizou R$ 1,34 bilhão no trimestre, recuo de 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado. No Brasil, o montante foi de R$ 996 milhões, alta de 16,2% em relação ao trimestre anterior, mas queda de 15,4% frente a igual período de 2024.
Houve retração nos segmentos Rural (-16,6% a/a) e Vida (-75,9% a/a), este último ainda refletindo o reposicionamento estratégico, com cancelamento de contrato relevante no terceiro trimestre de 2024. Em contrapartida, houve alta em Não Vida (+6,1% a/a) e Outros (+32,9% a/a).
No exterior, os prêmios emitidos somaram R$ 347 milhões, queda de 11,1% frente ao primeiro trimestre e alta de 35,6% na comparação anual, com desempenho positivo concentrado nos segmentos Não Vida (+38,1% a/a) e Patrimonial (+72,4% a/a).
Os prêmios retidos, que descontam os riscos repassados a outros resseguradores, somaram R$ 827 milhões, queda de 16% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
O resultado de subscrição (calculado por prêmios — [sinistros + despesas]) somou R$ 229 milhões no trimestre, alta de 579% sobre o mesmo período do ano anterior.
Sinistralidade e índices operacionais do IRB
A sinistralidade total encerrou o trimestre em 51,9%, 13 pontos percentuais abaixo do desempenho de um ano antes e 14,6 pontos menor que no trimestre anterior.
No segmento Vida, a sinistralidade caiu de 68% para 46%, com sinistro retido de R$ 12 milhões, revertendo prejuízo de R$ 54 milhões para lucro de R$ 5 milhões.
Já no segmento Não Vida, o índice caiu para 57%, com sinistro retido de R$ 434 milhões (ante R$ 475 milhões no segundo trimestre de 2024) e lucro de R$ 139 milhões, alta de quase 17%.
Segundo Daniel Castillo, Vice-Presidente de Resseguros do IRB(Re), “apesar da retração do mercado de seguros rurais, o prêmio no segmento ficou estável comparado com o segundo trimestre do ano passado. Devido à baixa sinistralidade, o resultado de subscrição em Rural foi 11% superior ao verificado no segundo tri de 2024”.
O índice combinado total, que considera sinistralidade, comissionamento e demais despesas, foi de 90%, ante 106% um ano antes.
Excluindo efeitos não recorrentes de R$ 48 milhões em reversões e ressarcimentos de sinistros antigos, o índice seria de 95%, 11 pontos percentuais menor que em 2024.
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Resultado financeiro e patrimonial do IRB
O resultado financeiro e patrimonial foi de R$ 162 milhões no segundo trimestre, representando uma queda de 22,7% frente ao primeiro trimestre e de 2,1% em 12 meses.
Esse trimestre foi impactado pela venda de posição em dívida soberana, com efeito negativo de R$ 21 milhões, e pela remarcação a mercado de um fundo imobiliário, que reduziu o resultado patrimonial em R$ 15 milhões.
A suficiência do patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido atingiu R$ 1,384 bilhão, equivalente a 237% do mínimo regulatório, ante R$ 894 milhões em dezembro de 2024.
Estratégia de contenção de gastos e aumento da rentabilidade
As despesas administrativas somaram R$ 98 milhões no período, alta de 17% na comparação sazonal, influenciadas por aumento de R$ 5 milhões em pessoal, R$ 5 milhões em serviços de terceiros e R$ 4 milhões em outras despesas.
Entre as ações para conter gastos, a companhia destacou cortes de pessoal no primeiro trimestre, renegociação de contratos e revisão de processos internos.
A companhia também manteve a estratégia de priorizar rentabilidade, evitando renovação de contratos com baixa margem, especialmente no segmento Vida.
Marcos Falcão, Diretor-Presidente do IRB(Re), afirmou: “o lucro líquido dos seis primeiros meses de 2025 já é 82% a mais do que entregamos no mesmo período de 2024. Mais uma vez, olhando a trilha dos últimos 12 meses, conseguimos observar claramente a evolução da companhia. As curvas do resultado de subscrição e do resultado líquido são crescentes e positivas. Além disso, o índice combinado da carteira P&C está próximo do que consideramos adequado”.
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IRB tem vitória em arbitragem contra ex-diretores
O IRB(Re) venceu processo arbitral contra os ex-diretores José Carlos Cardoso e Fernando Passos, que foram condenados a indenizar a empresa por atos ilegais cometidos durante a gestão, incluindo danos reputacionais e custos de remediação.
“A sentença arbitral condenou os referidos ex-diretores ao pagamento à companhia de valores a título de indenização em razão dos atos ilegais por eles praticados durante o período em que ocuparam cargos estatutários na administração, custos com a sua remediação, danos reputacionais, dentre outros”, informou o IRB(Re) em comunicado.
A sentença ainda pode ser objeto de pedidos de esclarecimento e o efetivo recebimento dependerá de processo de execução. O procedimento foi aprovado pelos acionistas em 2020, após a descoberta de fraudes contábeis.