O Grupo Casas Bahia (BHIA3) registrou prejuízo líquido de R$ 496 milhões no terceiro trimestre, 34,4% acima do saldo negativo (R$ 369 milhões) reportado um ano antes, segundo as demonstrações financeiras divulgadas nesta quarta-feira (12).
O resultado veio negativo apesar da melhora da receita líquida da varejista, que aumentou 7,3% na comparação anual, alcançando R$ 6,86 bilhões. Já a receita bruta totalizou R$ 8,17 bilhões, alta de 7,1% em relação ao terceiro trimestre de 2024.
Esse desempenho reflete a expansão de vendas em todas as frentes do grupo, com melhora gradual no comércio físico e online, além de ajustes na política comercial e na estratégia de preços.
O volume bruto de vendas (GMV) consolidado atingiu R$ 10,5 bilhões no trimestre, um avanço de 8,5% sobre o mesmo período do ano anterior.
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Às 12h20 (horário de Brasília), os papéis BHIA3 registravam uma desvalorização de 4,17%, negociados a R$ 3,45 na B3.
Margem cresce com otimização de custos
O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 587 milhões, crescimento de 19,6% frente ao ano anterior.
Já a margem Ebitda avançou 0,8 ponto percentual, impulsionada pela eficiência nas despesas com vendas, gerais e administrativas.
Segundo a companhia, as medidas de otimização de custos e o avanço na gestão de estoques contribuíram para a melhora operacional, embora o impacto de despesas financeiras e custos de produtos vendidos tenha limitado os ganhos líquidos.
Despesas financeiras pressionam resultado da Casas Bahia
Os custos dos bens e serviços vendidos pela Casas Bahia chegaram a R$ 4,75 bilhões, um aumento de 9,9% na base anual.
O grupo também registrou piora de 43,8% nas despesas financeiras, que somaram R$ 1,06 bilhão, afetadas por perdas com juros sobre fornecedores de convênio, pelo Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e por despesas com descontos de recebíveis.
Em comunicado, a Casas Bahia informou que, apesar da contabilização de juros das dívidas financeiras de debêntures no balanço, não houve desembolso de caixa com juros no período, por conta da carência prevista em seus instrumentos financeiros.
O resultado financeiro ficou negativo em mais de R$ 1 bilhão, pior que o prejuízo de R$ 738 milhões registrado um ano antes. As despesas financeiras totais aumentaram 44,3% na comparação anual, passando a R$ 1,14 bilhão.
Endividamento aumenta com juros altos
A dívida líquida do Grupo Casas Bahia cresceu de R$ 3,15 bilhões no terceiro trimestre de 2024 para R$ 4,483 bilhões no mesmo período de 2025. Apesar da alta anual, houve redução em relação ao segundo trimestre de 2025, indicando leve desalavancagem.
A relação entre dívida líquida e Ebitda ficou em 1,9 vez, com recuo tanto em relação ao ano anterior quanto ao trimestre anterior.
O aumento do endividamento refletiu, em parte, a estratégia de alongamento do perfil da dívida e o contexto de juros altos no mercado, que elevaram o custo financeiro da companhia.
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Perspectivas do mercado sobre os resultados da Casas Bahia
Em relatório, o Banco Safra destaca que o desempenho das receitas da Casas Bahia veio dentro do esperado, mesmo em um cenário macroeconômico mais desafiador para o varejo.
O banco também notou maior eficiência nas despesas operacionais da companhia. “No entanto, o prejuízo líquido foi maior do que o esperado devido ao aumento das despesas financeiras”, afirmaram os analistas.
O Safra também chamou atenção para o consumo de caixa da empresa, que alcançou cerca de R$ 1,3 bilhão no período de 12 meses encerrado em setembro de 2025.









